Às populações afectadas, a Organização Regional de Viana do Castelo do PCP manifesta a sua mais profunda solidariedade. Aos que, em todas as áreas da protecção civil, designadamente aos bombeiros, e às forças de segurança, que intervieram e intervêm para minimizar danos e prejuízos, transmitimos o mais profundo reconhecimento.
É necessário, de imediato, assegurar desde já todos os procedimentos de emergência e de mobilizar apoios no sentido de auxiliar as vítimas, recuperar o ecossistema florestal e o potencial económico perdidos.
No que à floresta diz respeito, os relatórios e leis em abundância criados nos últimos anos não foram eficazes, não deram resposta aos problemas centrais da valorização do preço da madeira, à necessária e urgente criação de novas equipas de Sapadores previstas na lei, da dinamização do ordenamento do território e da aposta em espécies autóctones, da elaboração do Cadastro Florestal, ou do equilíbrio na distribuição das ajudas públicas a favor das regiões onde a floresta tem mais presença.
A falta de meios e medidas faz com que prevaleçam os interesses dos grupos económicos no ordenamento florestal e do território em detrimento dos interesses colectivos em termos de protecção civil, de defesa da produção nacional e de desenvolvimento regional.
É necessário e urgente outra política agrícola, outra política florestal, e a definição da defesa da floresta portuguesa como prioridade da acção política, medidas pelas quais o PCP não se cansará de levantar a voz e de lutar pela sua implementação.
Entre as medidas que se impõem implementar num justo regime de financiamento das Associações Humanitárias de Bombeiros, brigadas de sapadores e restantes forças de segurança conta-se a criação de um modelo de bonificação permanente dos combustíveis utilizados no exercício da missão de prevenção e combate aos incêndios, vulgarmente designado gasóleo verde a ser utilizado nos veículos e máquinas destinadas às ações de limpeza e defesa da floresta contra incêndio.
A política do Governo PS de remeter para os pequenos proprietários a responsabilidade da prevenção de incêndios, numa atitude profundamente injusta do ponto de vista económico e social, e mesmo persecutória, não tem sido eficaz no impedimento da deflagração de novos incêndios na região, principalmente quando o próprio estado e autarquias são os menos cumpridores.
O problema central está nas opções políticas e nos meios que lhes são associados, sabemos bem quais foram as condições meteorológicas destes dias, mas também sabemos que o tempo tem as costas muito largas. Tivesse o Governo aceite as propostas que o PCP tem apresentado nos últimos e estaríamos noutras condições para enfrentar esta situação.