Segundo a provedora, as instituições de ensino de medicina e de enfermagem veterinária “estão apetrechadas com os meios humanos e com equipamentos” para ajudarem a suprir essa necessidade.
Esse Sistema Nacional de Saúde para animais em risco está idealizado para dar resposta a todo o tipo de animais ao cuidado das associações zoófilas, dos centros de recolha, das autarquias e de famílias carenciadas.
“Esta ajuda não é só para cães e gatos, é para os animais, salientou, em declarações à agência Lusa, a provedora, que dá o exemplo de cavalos ou bovinos que precisam ser assistidos.
Laurentina Pedroso vincou não ser um modelo de apoio “para todos”, mas “para animais em risco”, vocacionado para ajuda social e que “um projeto desta envergadura deve ficar sob a alçada do Estado”.
A Provedora do Animal, em funções desde julho de 2021, salientou que “uma rede de faculdades não é assim tão pouco que não cubra a ajuda fundamental”, embora tenha admitido não ser fácil de criar ou seguir as regras, ainda que seja “importantíssimo ser baseada nas faculdades” do ensino público e privado.
Para chegar aos territórios onde esse atendimento não está tão acessível, a solução será fazer “uma integração global com outras entidades”, através da criação do cheque-animal, à semelhança do que acontece com o cheque-dentista.
“A nível das faculdades é muito importante que tudo isso comece a ser feito já” e “de uma forma muito ativa”, defendeu Laurentina Pedroso.
De acordo com a antiga bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários, instituição onde em 2014 implementou o cheque-veterinário, o modelo a desenvolver terá “perspetivas diferentes”, será “diferente para melhor” e, dada a sua abrangência, terá de ser “liderado pelo Estado”.
A provedora adiantou estar disponível mais de um milhão de euros para envolver as faculdades no apoio à saúde animal e há verbas alocadas para a totalidade do projeto.
“Este assunto é para estar resolvido, no meu entender, até ao final deste ano”, informou Laurentina Pedroso, também diretora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona.
A responsável por fazer recomendações neste domínio afirmou que “o Estado está a fazer o seu papel de alocar verbas” e é agora necessário “criar uma máquina que saiba utilizar essas verbas”.
“Neste momento o Estado já alocou verbas. Chegam para executar um projeto desta natureza. Já não é uma questão de verbas, é uma questão de avançar. É uma questão de vontade, de saber desenhar este projeto”, sintetizou a provedora.
Laurentina Pedroso adiantou estar a preparar o seu parecer “a indicar como é que as verbas podem ser bem utilizadas a nível das faculdades”.
No cargo há menos de um ano, a responsável disse ter tido como principal preocupação “criar os meios humanos e materiais” para poder trabalhar nos vários projetos em perspetiva.
Num momento em que as famílias têm perdido poder de compra, Laurentina Pedroso receia que a incapacidade económica possa ter impacto no bem-estar dos animais, mas enfatizou que “a maior parte” das pessoas que tem animais domésticos os considera parte da famílias e se organiza a pensar no animal.
A Provedora do Animal, figura sob a tutela do Ministério do Ambiente, alertou, contudo, que “quando as pessoas querem ter um animal de companhia, têm de perceber que ele necessita de cuidados: de alimentação, de cuidados médico-veterinários”.