“O aumento continuado dos preços das matérias-primas, dos materiais de engarrafamento, dos transportes e dos custos em geral, está a levar inúmeros pequenos e médios produtores, que constituem o grosso do tecido empresarial da fileira vitivinícola, à beira da falência”, apontou, em comunicado, a Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE).
A associação considerou assim ser “urgente e imperioso” que o Governo agilize um plano extraordinário de apoio à fileira do vinho. Por outro lado, pediu um apoio à tesouraria, sem juros, para que as adegas cooperativas e compradores de uva possam pagar aos vitivinicultores as uvas após a vindima. No que se refere ao preço do gasóleo agrícola, que ronda quase 1,80 euros por litro, o setor quer um “reforço do apoio”. Adicionalmente, reclama ajudas ao investimento em barricas e para a ‘stockagem’ de garrafas.
Já no âmbito dos programas de promoção de vinho, a ANCEVE pede uma linha para as pequenas e médias empresas, “com candidaturas muito simples e apoios forfetários à margem do Vitis” – Regime de apoio à reestruturação e reconversão das vinhas, para a realização de ações de promoção a partir de 2023.
No documento, a fileira lamentou ainda que o Ministério da Agricultura seja uma “estrutura fragilizada, excessivamente burocratizada, despojada de estratégia e sem rumo”. Para a ANCEVE, o ministério “deveria ter força para impedir as cativações financeiras que vêm retirando muitos milhões de euros aos cofres do IVV [Instituto da Vinha e do Vinho] e do IVDP [Instituto dos Vinhos do Douro e Porto]”.
Criada em 1975, a ANCEVE é uma instituição sem fins lucrativos, que representa os principais agentes económicos do setor, segundo informação disponibilizada no ‘site’ da associação.