“Formalmente temos de estar em condições de iniciar as obras, no máximo em dezembro de 2023, para termos dois anos para as executar, quer a quarta travessia quer os acessos ao Vale do Neiva”, afirmou Luís Nobre.
Em declarações à agência Lusa, o autarca socialista justificou aquele prazo para o arranque das duas operações, financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com a necessidade de ter “tempo suficiente para as executar”.
Em causa está a nova travessia sobre o rio Lima entre a Estrada Nacional (EN)203 – Deocriste e a EN 202 – Nogueira e o acesso rodoviário da zona industrial do Vale do Neiva ao nó da autoestrada A28.
“O PRR tem de ser executado até março de 2026. Nós assumimos, contratualizaáos com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) [a conclusão das obras] até dezembro de 2024. Destinámos dois anos para a execução, que é o mais sensato”, adiantou.
Segundo Luís Nobre, até dezembro de 2023 terão de estar cumpridas “todas as formalidades” exigidas às duas operações.
“Temos de as concluir até dezembro de 2024 e estamos a trabalhar nesse sentido. Já temos pareceres positivos de algumas entidades, não todas, mas estão aprovados os projetos base destas duas operações. Já iniciámos a fase do projeto de execução (…), já contratualizamos a avaliação de impacto ambiental. Estamos a trabalhar porque o prazo é curto”, sustentou.
Em janeiro, a Câmara de Viana do Castelo informou ter garantido um financiamento de 23,4 milhões de euros para a construção de uma nova ponte e de um acesso rodoviário ao Vale do Neiva.
Em comunicado hoje enviado às redações, a autarquia da capital do Alto Minho informou que o contrato de financiamento daquelas empreitadas foi assinado pelos presidentes da câmara, Luís Nobre, e da CCDR-N, António Cunha.
A “infraestrutura vai iniciar-se na EN 202, junto ao campo de futebol da Torre, com a reformulação da interceção giratória de acesso à área de localização empresarial de Nogueira e à autoestrada A27, no sentido Viana do Castelo-Ponte de Lima”.
A “travessia desenvolve-se na maior parte do percurso em tabuleiro de betão pré-esforçado, numa estrutura que permite minimizar os impactos na galeria ripícola e habitats incluídos na Rede Natura 2000”.
A via termina na interceção giratória da EN 203, zona industrial de Deocriste, junto à empresa de produção de papel DS Smith (antiga Portucel), permitindo desviar o tráfego de viaturas pesadas da estrada nacional que tem sofrido com o aumento pela crescente atividade industrial deste complexo.
“As empresas situadas nas áreas de localização empresarial abrangidas pela nova travessia evidenciam grande capacidade expansionista com os novos investimentos previstos”, sublinha a autarquia, na nota enviada em janeiro.
A “nova via irá dotar de segurança rodoviária e fomentar a competitividade empresarial das cinco freguesias, que representam 30% do tecido empresarial do concelho” e permitirá uma “ligação rodoviária rápida e segura que fomentará o desenvolvimento socioeconómico da região e acrescenta o seu contributo no panorama nacional, melhorando também os indicadores ambientais”.
O “acesso rodoviário do Vale do Neiva corresponde a um investimento de oito milhões de euros para a construção de uma nova ligação entre o Vale do Neiva e a A28, com uma extensão de 5,2 quilómetros, tendo as duas faixas de rodagem uma largura de sete metros”.
A rodovia “terá início no nó da A28, junto à rotunda da EN 13, na zona industrial do Neiva, sendo que o investimento em terraplanagens, drenagens, pavimentos, redes e iluminação, equipamentos de sinalização e segurança, ascende a 5,5 milhões de euros, correspondendo as expropriações a um total de 2,5 milhões de euros”.
A “nova via rodoviária pretende eliminar pontos negros e a circulação condicionada para veículos pesados de logística no interior da freguesia de Alvarães, melhorando a segurança rodoviária em todo o Vale do Neiva”.
Nas “freguesias de Vila de Punhe e Barroselas, os novos troços rodoviários propostos, para além de uma ligação mais fluída e segura à A28, vão melhorar, através dos seus nós de ligação, a mobilidade interna intrafreguesias, ligando estradas nacionais a vias municipais através de um novo corredor rodoviário”.