“O número de internamentos por covid-19 e a mortalidade específica apresentam uma estabilização” no país, refere o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
“No entanto, estas variações podem não indicar um decréscimo do número de casos, dada a alteração legislativa da última semana que implicou uma redução da testagem. Será necessário um período de tempo mais longo para avaliar a evolução do Rt”, reconhecem a DGS e o INSA.
Em 29 de setembro, o Governo decidiu não renovar a situação de alerta, tendo cessado a vigência de diversas leis, decretos-leis e resoluções aprovadas no âmbito da pandemia, alterações que “irão influenciar a vigilância de base populacional e consequente interpretação dos indicadores”, adiantaram a DGS e o Instituto Ricardo Jorge (INSA).
Na prática, além do isolamento deixar de ser obrigatório, os testes à covid-19 deixaram de ser prescritos através do SNS24 e passaram a ser comparticipados mediante prescrição médica, à semelhança de outras análises e meios complementares de diagnóstico.
De acordo com os dados, verificou-se uma nova redução do número de testes efetuados, que passaram de 88.527 para 72.133, “devido à alteração legislativa da última semana”.
O documenta salienta também que se regista “uma estabilização da ocupação hospitalar” por casos de covid-19, com 420 internados na última segunda-feira nos hospitais de Portugal continental.
Quanto aos cuidados intensivos, os 28 doentes nessas unidades correspondiam a 10,9% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas, quando na semana anterior este indicador estava nos 7,8%.
Na segunda-feira, a mortalidade específica estava nos 7,9 óbitos a 14 dias por um milhão habitantes, indicando uma estabilização, valor que é inferior ao limiar de 20 óbitos definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).
O INSA e a DGS adiantam ainda que a linhagem BA.5 da variante Ómicron “continua a ser claramente dominante em Portugal”, sendo responsável por 92% dos contágios, mas avançam que as sublinhagens BA.4.6 e BF.7 registam uma “frequência relativa tendencialmente crescente em Portugal e uma considerável circulação em alguns países”.