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13 Out 2022

Viana do Castelo vai construir navio de emissões zero para a Noruega

Pedro Xavier

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A West Sea, empresa do grupo Martifer que assumiu há cerca de oito anos a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, assinou no mês de setembro uma “carta de intenções” com a Northern Explorer para desenvolver o primeiro navio de cruzeiro com zero carbono. Destinado a operar nos fiordes da costa norueguesa, terá capacidade para 250 passageiros e deve estar pronto na época de cruzeiros 2025/26.

Com investidores ligados à indústria do turismo na Noruega, esta jovem empresa pretende criar uma embarcação nova e amiga do ambiente para operar naquela região. Um projeto que tem de ter em conta “as horas de navegação que tem de fazer e a capacidade – ao nível de carregamento de baterias e das células de hidrogénio – para poder navegar ali com emissões zero”, detalha o administrador, Vítor Figueiredo.

O acordo foi concluído na feira SMM, em Hamburgo (Alemanha). Após ter sido o estaleiro escolhido, num consórcio que integra outras empresas europeias do setor naval, como a ABB Technology (fornece o sistema de propulsão 100% elétrico), o gestor conta que segue-se agora, em simultâneo, a afinação do plano financeiro – “porque isto é tudo muito engraçado, mas só se concretiza quando os projetos são viáveis” – e seis meses de “trabalho muito árduo ao nível do desenvolvimento de engenharia” para criar este navio.

“A construção de navios de emissão zero é um assunto que já andamos a perseguir há muito. Como não temos capacidade de fazê-lo sozinhos, estamos a rodear-nos de outros players, muitos deles internacionais. É uma grande oportunidade termos apanhado este comboio e acreditamos piamente neste projeto. (…) Com toda a certeza, vai abrir portas para outra tipologia de navios. Ao nível da construção, a nova geração já aí está. Os navios como eram construídos até agora têm os dias contados”, resume o gestor.

Vítor Figueiredo, que participou recentemente num debate sobre a indústria naval organizado pela Transportes & Negócios no Porto, destaca, por outro lado, que os estaleiros do Alto Minho já demonstram ter capacidade para fazer a conversão de navios para GNL (gás natural liquefeito). Foi em 2020 que a West Sea diversificou as atividades com a entrada nessa área dos serviços para a transição energética, com a intervenção em três projetos do armador espanhol Baleària. “O ponto é qual é a alternativa: se é a gás, amónia, outro tipo de combustível ou produtos 100% elétricos”, acrescenta.

Certo é que os portos portugueses têm de investir na rede de distribuição de novas energias para os navios, sob pena de serem preteridos por outras infraestruturas concorrentes. O porta-voz da West Sea lembra que, no caso desses projetos de conversão, o abastecimento de gás para a fase de testes teve de entrar no porto de Viana do Castelo por camião, numa operação logística de alto risco e monitorizada de perto.

“Pensámos: se aparecer aqui um navio movido a gás para fazer uma carga ou descarga, é impossível. Essas condições têm de ser criadas. Agora, quem será o investidor que o vai fazer, se é o Estado, se é através de concessões a privados ou os privados que o fazem, ainda não se sabe. Estamos efetivamente atrasados neste processo e já se deviam ter dado passos concretos para solucionar”, ilustra.

FONTE: eco.sapo.pt

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