Questionado pela Agência Lusa se se antecipa um final de ano melhor do que em 2021, em termos de reservas de viagens pelas agências, o presidente da APAVT afirmou: “Claramente”.
“Quando respondemos [a associação] em nome do mercado, temos sempre que relativizar, explicando que o mercado integra respostas assimétricas, mas sim, diria que, em média, teremos uma operação de fim de ano cerca de 35% acima de 2021”, disse Pedro Costa Ferreira em declarações à Lusa.
Numa altura em que todos os indicadores que medem a atividade turística apontam para um fecho de 2022 perto do ano recorde de 2019, ou mesmo a poder ultrapassá-lo — como é o caso das receitas turísticas –, Pedro Costa Ferreira diz que no caso das agências de viagens se estão “a aproximar”.
“Talvez fechemos com uma operação muito semelhante a 2019”, diz.
Em novembro, a então secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, afirmou, em Fátima, que era “quase certo” um novo recorde de receitas turísticas no final deste ano.
Em 2019, o melhor de sempre para a atividade turística nacional, Portugal alcançou receitas turísticas de mais de 18.000 milhões de euros.
Já sobre as regiões/cidades mais procuradas pelos portugueses, em termos de procura no país, Pedro costa Ferreira refere que “sendo verdade que, até por tradição, Algarve e Madeira lideram, é preciso sublinhar que Alentejo, Lisboa, o Centro, o Norte e os Açores têm desenvolvido ofertas alternativas de fim de ano, que têm tido crescente atração”.
“Assim, eu diria que as viagens de fim de ano, em Portugal, se estendem um pouco por todo o lado, com natural relevância por Algarve e Madeira”, reforça o presidente da associação.
Já quanto às viagens dos turistas nacionais para o exterior, “a diversidade será a característica mais relevante”, sublinha, dando como exemplo a Turquia, Egipto, Senegal, Caraíbas, Brasil, Dubai, Indonésia, Vietname.
“Haverá um pouco de tudo, desde o mais em conta até ao extravagante”, exemplifica.
Quanto à média da subida do preço dos pacotes turísticos/viagens face a 2021, Pedro Costa Ferreira explica que “dependerá do destino escolhido, face às origens da inflação”.
“Diria que destinos cotados em USD [dólares] e que incluem voo serão, porventura, os destinos cujos preços mais cresceram, decorrentes do aumento do ‘fuel’ [combustível] e variação do dólar relativamente ao euro. No geral, julgo que os preços terão crescido entre 10% e 15%”, afirma.
Ainda assim, à pergunta se as agências de viagens associadas da APAVT estão a sentir cancelamentos por reservas antecipadas, o presidente da associação diz que estes “não têm existido”.
Por outro lado, e tendo em conta a mesma conjuntura, se acreditam virem a surpreender-se com reservas de última hora, o responsável nega também.
“Estando as operações, na sua generalidade, a correr bem, não creio que haja muitas reservas de última hora”, conclui.