Patrícia Gomes, meteorologista de serviço no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), disse à agência Lusa que a precipitação caída desde o final da tarde de quarta-feira “não tem nada de extraordinário, uma vez que é inverno e situações de chuva são bastante recorrentes nesta altura do ano”.
O que teve de extraordinário, explicou, foram “os valores que ocorreram em alguns locais, bastante elevados e que atingiram valores para avisos laranjas e pontualmente avisos vermelhos em alguns locais, numa hora e em seis horas”.
De acordo com a meteorologista, a situação deveu-se “a uma depressão centrada entre os Açores e o continente, ligeiramente cavada e que transporta uma massa de ar quente e instável e que acabou por afetar o território do continente e originou precipitação forte em alguns locais”.
Patrícia Gomes explicou que os valores médios de precipitação para todo o mês de dezembro rondam os 126 milímetros para Lisboa, valores que não foram atingidos, situando-se nos 80 milímetros, em 24 horas.
“Se compararmos com outros episódios de precipitação em anos passados, estão relativamente longe dos maiores valores de precipitação ocorridos em 24 horas para a cidade de Lisboa”, disse, recordando o dia de 18 de fevereiro de 2008, quando se registaram 118 milímetros em 24 horas.
A meteorologista referiu que, para a noite de quinta-feira e madrugada de sexta-feira, está prevista “precipitação forte” e, devido a esta situação, alguns dos distritos que atualmente estão a alerta amarelo poderão ser elevados para avisos laranja.
Os 18 distritos de Portugal Continental encontram-se hoje sob aviso amarelo, devido à previsão de chuva por vezes forte, podendo ser acompanhada de trovoada e de rajadas fortes de vento.
Também os arquipélagos dos Açores e da Madeira estão sob aviso amarelo devido sobretudo à agitação marítima e ao vento forte.