“Eu amanhã, depois de ouvidos os outros parceiros económicos e sociais, se tudo correr bem, promulgarei o orçamento antes mesmo de partir para o Brasil”, afirmou.
“Se o quadro não mudar muito, isto é, se não houver um agravamento da guerra, se não houver agravamento da inflação, se houver um turismo parecido com o deste ano, se houver investimento estrangeiro parecido com o deste ano, se as economias europeias começarem a subir um bocadinho […], se isso for assim, o orçamento tem flexibilidade”, sustentou.
E salientou que “por isso o primeiro trimestre é tão importante”, pois “por aí se percebe logo se se entra melhor, ou pior do que as expectativas”.
“Todos me têm dito isso, disse-me a Confederação do Turismo, disse-me a UGT, amanhã estou mesmo a ver que vão dizer as outras”, indicou, referindo-se às audiências que decorreram hoje no Palácio de Belém e que vão continuar na quinta-feira, com a CGTP, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal e a CIP.
Questionado sobre as condições do ministro das Finanças para implementar o Orçamento do Estado de 2023, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que este ano “foi um teste muito importante” para Fernando Medina, “porque teve de fazer dois orçamentos, e teve de fazer abrindo um bocadinho os cordões à bolsa”.
“Nesse sentido, da minha experiência dos três ministros das finanças que conheci, foi aquele, ou porque teve mais condições ou por uma escolha, foi talvez o mais alargado, dentro do restritivo”, quando comparado com Mário Centeno e João Leão.
A Assembleia da República aprovou, em 25 de novembro, a proposta de lei do Governo para o Orçamento do Estado para 2023, com os votos favoráveis do PS e as abstenções dos deputados únicos do Livre e do PAN.
O documento foi aprovado em votação final global com os votos da maioria absoluta de deputados socialistas, as abstenções de Livre e PAN e os votos contra de PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e BE.