“Os professores é que vão decidir se querem ou não parar. Pelo que vejo aqui e em outras greves distritais, ninguém quer parar. A luta vai continuar ao longo do tempo, até que o sistema vá caindo aos bocados. Esta luta vai corroer o sistema e nós vamos conseguir o que queremos”, afirmou à agência Lusa Luís Gomes.
Professor do primeiro ciclo há 30 anos, Luís Gomes empunhava um cartaz onde se lia “Abril na Educação”. Na cartolina preta sobressaía a encarnado o mês de abril, coroado com um cravo e, a verde, a palavra educação.
“É necessária uma revolução na educação para que todos possam beneficiar de instrução e de um nível de vida aceitável”, defendeu.
No verso do cartaz, o professor de 55 anos escreveu: “Por mim, por ti, por nós, pelos alunos, por Portugal”.
O docente juntou-se aos colegas das escolas dos dez concelhos do distrito de Viana do Castelo na manifestação marcada por intervenções dos dirigentes sindicais acompanhadas por palavras de ordem, aplausos, cânticos, apitos, pandeiretas e avisos ao Governo: ”Costa escuta. Viana está em luta”.
Da escadaria do chafariz da praça da República, palco improvisado para os discursos, Nuno Fadigas, do Sindicato dos Professores do Norte (SPN), anunciou aos manifestantes que a adesão à greve nas escolas do distrito de Viana do Castelo superou os 97%.