“O processamento será efetuado juntamente com o salário do mês de março”, adianta a Caixa Geral de Depósitos (CGD) em comunicado divulgado.
Quanto às cláusulas de expressão pecuniária, a instituição revela que “a generalidade das rubricas tem um aumento de 5%”, incluindo diuturnidades, subsídio infantil e subsídio de estudo, mas que vai ser aplicado um aumento “significativamente superior” nos subsídios de refeição (9,36%), de apoio ao nascimento (12,5%) e de trabalhador estudante (7,58%).
O acordo também prevê um valor máximo do crédito habitação, que aumenta 8,7%, o que a CGD diz traduzir um “reforço do compromisso” do banco para com a natalidade, a qualificação dos colaboradores e o acesso à habitação, bem como “um apoio aos colaboradores na atual conjuntura”.
A CGD diz que a conclusão do acordo com o sindicato, no âmbito do Acordo de Empresa em vigor, representa o sexto ano de acordo com os sindicatos, e a “primeira instituição de crédito nacional a fazer a revisão” da tabela salarial para 2023.
“A conclusão da revisão das tabelas e das cláusulas de valor pecuniário ora alcançado, é mais um elemento distintivo no pacote de condições de remuneração dos colaboradores da Caixa”, afirma, lembrando também o aumento da remuneração variável este ano, na sequência da transferência do Fundo de Pensões para a Caixa Geral de Aposentações (CGA).
Na conferência de imprensa de apresentação das contas de 2022, no início deste mês, o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, anunciou que ia pagar os salários de março com um aumento de 4% se não chegasse em breve a acordo com sindicatos.
Paulo Macedo revelou, na altura, que a proposta da CGD apresentada nas negociações salariais era superior a 4%, mas sem indicar o valor concreto.
Mesmo sem acordo com sindicatos, Santander, BPI e Novo Banco, desde janeiro, estão a pagar aumentos salariais de 4%, o mesmo aumento praticado pelo Crédito Agrícola desde março com efeitos retroativos a janeiro, atualizações salariais decididas unilateralmente pelos bancos que fica abaixo do reclamado pelos sindicatos.
Os lucros da CGD em 2022 ascenderam a 843 milhões de euros, mais 44,5% face a 2021, tendo pagado ao acionista único, o Estado, o “maior dividendo da história” do banco, no valor de 352 milhões de euros.