Para Rui Lages, a sustentabilidade é um tema “que desafia toda uma sociedade, que desperta muitas emoções e paixões, mas sem racionalidade não conseguiremos atingir as metas da agenda 2030 da ONU”. Deixou três pequenas questões “no ar” para reflexão: “que Alto Minho queremos para 2030; como conseguimos potenciar um território turístico sem colocar em crise a sua sustentabilidade e, por último, existe desenvolvimento sustentável sem igualdade, sem equidade?”
Na sessão de abertura marcaram presença, Daniela Amorim, CEO da QUOKKA e organizadora do evento, Rui Lages, Presidente da Câmara Municipal de Caminha, Carlos Castro, Presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora e Bruno Caldas, secretário executivo da CIM Altominho.
Daniela Amorim referiu os objetivos desta 1º edição da Jornadas de Sustentabilidade do Alto Minho são: trazer até ao Alto Minho o tema sustentabilidade, que é dos temas mais cruciais para o desenvolvimento da humanidade; criar sinergias entre empresas durante o evento; obter bons exemplos e boas iniciativas para o desenvolvimento local e das empresas envolvidas e, ainda, promover a passagem de conhecimento sobre sustentabilidade a todos.
Para Daniela Amorim a palavra sustentabilidade é muito vasta, pois “sustentabilidade não é só ambiente, sustentabilidade é economia, é pessoas”. A sustentabilidade assenta em três pilares fundamentais e pretende-se que seja “economicamente eficaz, ambientalmente responsável e socialmente equitativa”. É de referir que todas as intervenções estão relacionadas com estes três pilares referidos.
Na sua intervenção o Presidente da Câmara referiu que toda a ação política tem um impacto no território, lembrando: “quando decidimos no concelho de Caminha que era estratégico todas as nossas praias oceânicas terem Bandeira Azul, tivemos que fazer obras e criar as condições necessárias para que tal fosse uma realidade. Cuidamos do meio ambiente, promovemos a sustentabilidade e criamos riqueza. Quando apostamos em alargar a rede de saneamento estamos a promover qualidade de vida da nossa população, mas estamos também a melhorar o nosso ambiente e a promover a sustentabilidade do nosso território. Quando falamos e fomentamos a construção de ecovias por via a promover uma realidade suave do nosso território, estamos a capacitá-lo de infraestruturas amigas do ambiente e da sustentabilidade”.
O edil caminhense disse ainda que os agentes políticos têm de ser parte ativa da Agenda 2030 da ONU. Lembrando que o concelho de Caminha tem vindo a fazer a sua parte “quando decidimos dedicar o mês de março ao ambiente e à sustentabilidade. Pretendemos consciencializar a nossa população para esta polémica. Para tanto criámos projetos, promovemos conferências, realizámos ações de limpeza das praias, realizámos ações de reflorestação das nossas florestas e sempre envolvendo a nossa comunidade local”.
Sobre a importância destas jornadas, Carlos Castro disse: “que estas jornadas possam ser uma referência e um compromisso e que deixem um legado positivo e duradouro no nosso território. É um tema importante e da responsabilidade de todos, pois temos todos que pensar rapidamente, atuar na sustentabilidade do nosso planeta”.
Bruno Caldas começou por referir que o Alto Minho apresenta um enorme valor natural com diversos espaços protegidos e classificados. Na sua intervenção abordou a aposta do Alto Minho no Planeamento estratégico, enumerando tudo o que se tem realizado, nomeadamente as Agendas XXI e o Pacto de Autarcas; a Estratégia Regional da Paisagem; a Carta Europeia de Turismo Sustentável; o Plano de Ação Integrado Alto Minho em direção a uma transição energética NETZERO; o Plano Intermunicipal da Adaptação às Alterações Climáticas do Alto Minho e ainda os Planos Municipais de Ação Climática.
Sobre a visão Alto Minho 2030, Bruno Caldas salientou que o território terá de ser uma região “competitiva, que cria emprego e gera riqueza; atrativa para viver, visitar e investir; conectada, ligada à Europa e ao mundo e resiliente, capaz de se adaptar à mudança”. Acrescentando ainda: “o futuro passa por cada um de nós tornar o Alto Minho na sua rua e diferente na componente da humanização. Fazer um território mais justo e mais equitativo e mais equilibrado”.
As jornadas organizadas pela QUOKKA contam com o apoio do Município de Caminha e inserem-se na programação do Mês do Ambiente e da Sustentabilidade que a Câmara Municipal está a promover durante este mês de março.
O Cineteatro dos Bombeiros de Vila Praia de Âncora está a acolher as várias palestras subordinadas aos temas: o pilar económico da sustentabilidade, o pilar ambiental da sustentabilidade e o pilar social da sustentabilidade.
Hoje, da parte da tarde, os trabalhos vão continuar. A partir das 14H00, vamos ouvir falar sobre “Os Desafios da Sustentabilidade na Indústria Têxtil”; “Turismo Sustentável” e “Como tornar a Agricultura Sustentável uma Atividade Rentável?”.
No Mercado Sustentável, que está a decorrer na zona envolvente ao Portinho de Vila Praia de Âncora, podemos contar com uma panóplia de ateliês, com destaque para a biodiversidade do estuário do Rio Âncora, construção de um hotel de insetos, minis engenheiros – construção de uma cidade sustentável, sobrevivência na natureza e exploradores da natureza.
As Atividades de Natureza vão ter lugar sempre da parte da tarde e contam com as seguintes ações: o CISA e a interpretação da Serra d’Arga (fauna, flora, património); do trigo ao pão – elaboração de pão em forno comunitário e, ainda, caminhada de São João d’ Arga, a vida na envolvência no mosteiro.
PALESTRAS
Local: CineTeatro dos Bombeiros – Vila Praia de Âncora
Dia 24 | O pilar económico da sustentabilidade
9h – 11h – Abertura Oficial
11h – 12h30 – Finanças Verdes
14h – 15h30 – Os Desafios da Sustentabilidade na Indústria Têxtil
15h30 – 17h – Turismo Sustentável
17h – 18h30 – Como tornar a Agricultura Sustentável uma Atividade Rentável?
Dia 25 | O pilar ambiental da sustentabilidade
9h – 11h – Os Oceanos e os Desafios Futuros
11h – 12h30 – Como a nossa Alimentação pode Impactar o Planeta?
14h – 15h30 – Gestão Sustentável da Floresta
15h30 – 17h – Alterações Climáticas
17h – 18h30 – Inovação e Sustentabilidade
21h – 22h30 – Concerto da Banda Micomaníacos
Dia 26 | O pilar social da sustentabilidade
9h – 11h – Do Desenvolvimento Pessoal à Sustentabilidade
11h – 12h30 – Sustentabilidade vs Igualdade e Equidade
14h – 15h30 – Os Desafios da Sustentabilidade nas Profissões
15h30 – 17h – As Alterações de Povoamento do Território
17h – 18h30 – Encerramento Oficial
MERCADO SUSTENTÁVEL
Local: Espaço envolvente ao Forte da Lagarteira – Vila Praia de Âncora
Dia 24 e 25 | 09h – 21h
Dia 26 | 09h – 17h30
Mercado Sustentável com empresas que produzem produtos relacionados com a temática
Dia 24
10h – 12h Atelier: a biodiversidade do estuário do Rio Âncora
14h – 17 Atelier de construção de um hotel de insetos
Dia 25
10h – 12h Limpeza de praia de Âncora em parceria com a Nuceartes
14h – 17h Atelier: minis engenheiros – construção de uma cidade sustentável
21h – 22h30 Concerto da banda Micomaniacos no cineteatro
Dia 26
10h – 12h Atelier de sobrevivência na natureza
14h – 17h Atelier de exploradores da natureza
ATIVIDADES DE NATUREZA
Serra de Arga – Arga de Cima; Arga de Baixo; Arga de São João;
Todas as tardes uma atividade diferente
Dia 24 | 14h às 17h
O CISA e a interpretação da Serra de Arga (fauna, flora, património)
Dia 25 | 14h às 17h
Do trigo ao pão. Elaboração de pão em forno comunitário.
Dia 26 | 14h às 17h
Caminhada de São João de Arga, a vida na envolvência no mosteiro.