Após uma paragem de três edições seguidas, devido à pandemia, a Feira da Foda, em Pias, Monção, regressa este fim de semana, 17, 18 e 19 de março, com a abertura oficial, pelas 18h00, a ser presidida pela Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
Com nome ousado, a feira mais saborosa de Portugal reserva degustação do Cordeiro à Moda de Monção, conhecido como “Foda à Monção”, expositores com vinhos da região e artesanato regional, bem como espaços para os produtores de rés e máquinas agrícolas. Em perspetiva, três dias imperdíveis de gastronomia com tradição, muita animação musical e convívio entre os presentes.
O programa compreende demonstração de tosquias e muita animação popular com ranchos folclóricos, grupos de bombos, tocadores de concertina, pandereiteiros, charangas e DJ´s. O encerramento do certame, no domingo, pelas 18h30, conta com a atuação do grupo “Sons do Minho”, padrinhos da Confraria da Foda.
Organizado pela Junta de Freguesia de Pias, com o apoio da Câmara Municipal de Monção e a Confraria da Foda, o certame conta com cerca de 90 expositores, grande parte em área coberta, bem como um espaço próprio, também coberto, servido por 123 mesas com lugares sentados, para degustação do Cordeiro à Moda de Monção.
A Feira da Foda tem como finalidade a manutenção da qualidade e a garantia da genuinidade deste prato com história e tradição no concelho de Monção. Em 2018, foi distinguido como uma das 7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa, no concurso da RTP, “7 Maravilhas à Mesa”
Inicialmente associado ao consumo familiar em dias festivos, o Cordeiro à Moda de Monção, denominado “Foda à Monção”, levado ao forno de lenha em alguidar de barro, tornou-se uma referência na gastronomia monçanense, assumindo-se como um valioso e saboroso elemento diferenciador do nosso concelho.
Programa completo
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E porquê o nome “Foda à Monção”?
A confeção deste prato em alguidar levado ao forno de lenha não só recupera o saber dos nossos antepassados como lhe adiciona um pouco de arte, carinho e profissionalismo das atuais cozinheiras. O nome artístico, digamos assim, reflete bem o caráter afável e bem-disposto dos monçanenses. Reza a história que:
“Os habitantes do burgo, que não possuíam rebanhos, dirigiam-se às feiras para comprar o animal. E, como em todas as feiras, havia de tudo, bons e maus. A verdade é que os produtores de gado, quando os levavam para a feira queriam vendê-los pelo melhor preço e, para que parecessem gordos, punham-lhes sal na forragem, o que os obrigava a beber muita água.
Na feira, apareciam com uma barriga cheia de água e pesados, parecendo realmente gordos. Os incautos que não sabiam da manha compravam aqueles autênticos “sacos de água” e, quando se apercebiam do logro, exclamavam à boa maneira do Minho: “que grande foda!”
O termo tanto se vulgarizou que o prato passou a designar-se, localmente, por Foda à Moda de Monção. De tal modo que é frequente, pelas alturas festivas (Páscoa, Corpo de Deus, Senhora das Dores e Natal ou Fim de Ano) ouvir as mulheres: “Ó Maria, já meteste a foda?”