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04 Abr 2023

Chega retira confiança política ao seu único deputado municipal eleito em Viana do Castelo

Pedro Xavier

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O Chega retirou a confiança política ao seu único deputado municipal eleito nas últimas eleições legislativas, pelo circulo eleitoral de Viana do Castelo. Esta informação foi confirmada à Rádio GEICE pelo próprio deputado, Manuel Moreira, que esclareceu as "não razões" em comunicado.

Comunicado de Manuel Moreira na integra:

É com grande pesar que comunico a todos os alto-minhotos, a minha presença, agora, na Assembleia Municipal da Câmara de Viana do Castelo, como Deputado Municipal independente.

Com efeito, mesmo sem ter sido formalmente informado das razões que levaram à minha retirada da confiança política por parte da Comissão Política Distrital de Viana do Castelo do CHEGA, e sequer à Dra. Flora Silva, Presidente da Assembleia Municipal, fui forçado a assumir-me deputado independente.

Porém, não posso deixar de lamentar esta situação perfeitamente evitável e que vai prejudicar seriamente a imagem do meu Partido junto dos munícipes do concelho e militantes do distrito, onde resido e sou conhecido.

Ademais, será de difícil compreensão para os alto-minhotos, a forma irresponsável e leviana com que se retirou a confiança política ao único representante do Partido, eleito no distrito.

Apesar de nenhum membro da Comissão Política Distrital se ter dignado indicar os motivos dessa decisão, como lhe competia, foi-me confidenciado por terceiros, que terá sido por supostamente ter votado A FAVOR do último orçamento de câmara, indo contra as indicações de orientação de voto da Comissão Política Distrital. Porém, a ser verdade, esta fundamentação é grave por faltar à verdade.

Com efeito, na votação em causa, votei CONTRA o plano de actividades e orçamento, como se pode ler na mensagem que me foi remetida pela secretária da Assembleia Municipal. Também está disponível para consulta, no portal da câmara, a acta da reunião.

Lamentavelmente constato que a Direcção Nacional não acautela os interesses do Partido, limitando-se a fazer fé em tudo o que é reportado pelas Distritais, sem previamente verificar se estão a agir dentro da lei ou não. E assim, porque não há qualquer controle à actuação dos dirigentes distritais, eles agem impunemente de forma autocrática, em atropelo constante à lei partidária e princípios éticos, motivados exclusivamente por interesses pessoais.

A verdade é que, foi posto em prática um plano de perseguição pessoal e política, perpetrado pelos membros dirigentes desta CPD, logo após a tomada de posse. Com efeito, mantiveram-se “amigos” enquanto lhes foi conveniente terem-me ao seu lado para financiar e trabalhar a campanha, e ainda, assegurar votos para a lista que os elegeu.

Por isso, foi criada uma polémica à volta das telas publicitárias da sede, de tal ordem, que acabou por envolver outro membro, António Salvador, ex-secretário da Mesa, por este último denunciar a tentativa de desacreditação em curso, repondo a verdade em minha defesa. A situação ficou de tal ordem insustentável que me demiti do cargo de vogal.

Por essa mesma razão, António Salvador passou a ser ele próprio perseguido, banido dos canais de comunicação da Distrital, bloqueado nas páginas da distrital, exclusivamente por me defender e denunciar as más práticas deste órgão, presidido por Elsa Abreu. Esta situação levou inclusivamente a uma chamada de atenção à presidente da CPD, pelo ex-Presidente da Mesa, Nuno Araújo.

Ainda, e na sequência de actos contínuos antidemocráticos, que violam todos os princípios éticos e morais, e perpetrados pelos dirigentes da CPD, o Conselho de Jurisdição de Viana do Castelo, demitiu-se em bloco em franca discordância com a forma de actuação da Presidente da CPD, Elsa Abreu e seus vices.

Pelo exposto, fica claro que nunca foi uma questão de orientação de voto que esteve na origem da minha retirada de confiança pela CPD, que em boa verdade, se fosse o caso, e estivessem a agir de boa fé, teria de haver, na minha modesta opinião, uma repreensão seguida de um aviso, antes de serem tomadas decisões definitivas que fragilizam a imagem do Partido junto dos militantes, e defrauda as expectativas dos munícipes que votaram em mim.

É, pois, com profunda tristeza que me despeço das minhas funções junto do Partido por que tanto lutei, e orgulhosamente “vesti a camisola”, tanto na sua defesa como no apoio, quer logístico, quer financeiro. Mas há momentos em que temos de reconhecer que fomos abandonados à nossa sorte e por uma questão de honra, temos de dizer basta! à humilhação e perseguição a que nos submeteram.

Parto triste mas consciente de que estive sempre, incondicionalmente, ao lado do meu Partido e Presidente, bem como dos munícipes, dando o melhor de mim, e que não há, por isso, em parte alguma, alguém que possa dizer o contrário sem faltar à verdade.

Lamento, sim, que depois de tanto trabalho em criar uma distrital em Viana do Castelo, e que era uma referência nacional, genuinamente constituída por alto-minhotos, muito comentada internamente e tida como um exemplo a seguir, seja agora, depois de tomada por militantes do distrito do Porto e presidida por Elsa Abreu, o reflexo do que de pior se pode ver na política.

Termino dizendo, sob compromisso de honra, que continuarei a cumprir com o meu dever de representar os interesses dos alto-minhotos que depositaram a sua confiança em mim, na Assembleia Municipal, apesar de ser, agora, deputado independente.

Viana do Castelo, 03 de Abril de 2023

Manuel José Moreira

Deputado Assembleia Municipal

 

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