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06 Abr 2023

Igreja de São Bento reabre 15 anos depois e retoma tradição pascal de Viana do Castelo

Pedro Xavier

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A igreja de São Bento, em Viana do Castelo, reabre hoje, Quinta-Feira Santa para a tradicional visita às igrejas, mais de 15 anos depois de ter deixado de fazer parte daquele roteiro por falta de condições de segurança.
“Foi renovado o soalho e vamos poder abrir na Quinta-Feira Santa para a visita às igrejas. Há mais de 15 anos que não podíamos abrir nessa noite porque o soalho estava todo podre e não oferecia condições de segurança. Nessa noite há sempre muita gente e o soalho da igreja não aguentava a pressão”, afirmou o padre Armando Dias.

O padre da Sé Catedral de Viana do Castelo adiantou que, além do soalho, a recuperação realizada no templo, construído em 1549, “incluiu a remoção da madeira do altar-mor, que estava podre e ficou a estrutura primitiva, toda em pedra”.

“Pode ver-se a sepultura do fundador ou fundadora do convento. Também apareceu um túmulo do século XVI, na parede lateral que também está visível, coberto com um vidro”, explicou o vigário judicial da Diocese de Viana do Castelo.

Armando Dias, que é também vigário para o clero, explicou que a intervenção, orçada em cerca de 30 mil euros, incluiu uma limpeza dos azulejos, dando “outra dignidade” à igreja que, habitualmente, “abria ao domingo, com muito menos gente, para a celebração da eucaristia”.

A igreja, situada na União das freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela, nas proximidades do terreno onde existia o prédio Coutinho, entretanto desconstruído, fazia parte do convento de São Bento, das irmãs Beneditinas.

“O convento foi expropriado e foi, praticamente, desfeito. Ainda restaram uma parte dos claustros. Em muitas casas contíguas à igreja ainda se podem ver o arcos do convento”, especificou.

Armando Dias adiantou que, no total, esta noite, 23 igrejas de Viana do Castelo vão abrir portas à visitas dos fiéis entre as 20h00 e as 24h00.

Manda a tradição que a visita, que mobilizava milhares de pessoas, seja em número ímpar de templos, todos engalanados de flores, uma vez que os principais quadros religiosos alusivos à Páscoa também são compostos por números ímpares, como as três quedas de Cristo a caminho do Calvário e as cinco chagas.

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