O autarca defendeu um modelo de governação de proximidade que implique todos os interesses desde o primeiro momento, salvaguardando os interesses já existentes, como a pesca, mas que crie condições para os novos interesses que estão a surgir no âmbito da economia do mar, nomeadamente das energias oceânicas.
No fórum, Luís Nobre apresentou a Agenda do Mar 20-30, elaborada pelo município, mas que envolveu o contributo de cerca de meia centena de líderes da economia do mar e dos agentes locais. Luís Nobre realçou, por isso, que esta agenda é um documento estratégico, colaborativo e cooperativo que foi construído em articulação e com a participação de múltiplos agentes e entidades.
Luís Nobre indicou ainda que Viana do Castelo tem estado na vanguarda no que toca à produção de energias renováveis, desde a instalação, em 2005, da alemã Enercon no concelho. Os recentes investimentos nas energias renováveis oceânicas dos projetos Windfloat e da Corpower, na energia das ondas, vieram reforçar o facto de o concelho apresentar condições naturais únicas na costa portuguesa para incrementar ainda mais este potencial energético renovável offshore.
Desde 2018, Viana do Castelo conta com o projeto Windfloat, o maior projeto europeu de energias eólicas em plataformas flutuantes liderado pela EDP Inovação, mas agora conta também um projeto de aproveitamento de energia das ondas, através de uma empresa sueca – CorPower Ocean – que instalou na cidade uma unidade de produção destes equipamentos.
Luís Nobre apresentou ainda o trabalho que o município tem desenvolvido no que toca à sensibilização no domínio da sustentabilidade ambiental e literacia para os temas do mar, frisando a relação que Viana do Castelo sempre teve com o mar.
“Pretendemos continuar a liderar esta aposta. Acreditamos que esta nova fileira ligada às energias renováveis é uma área de desenvolvimento económico muito completa e que trabalha a resiliência para os territórios porque impacta agentes e atividades já existentes, como a metalomecânica, a construção e a reparação naval”, indicou, considerando que a mesma “impacta os fatores de competitividade existentes, como o Porto de Mar e a infraestrutura ferroviária”, tendo ainda uma ação de complementaridade sobre interesses já existentes, como a pesca.
O autarca recordou que esta aposta nas energias renováveis deve ainda envolver a academia no desenvolvimento e inovação, trazendo novas oportunidades para investimentos já existentes e para quem quer investir, gerando novos serviços, novas atividades e desenvolvimento no setor da tecnologia.
O Fórum Económico Espanhol “La Galicia que Viene” decorre até hoje na Corunha, contando com a participação de autarcas, peritos, personalidades e profissionais relevantes de grandes e médias empresas que são fundamentais para o futuro da Galiza. O fórum apresenta-se como um projeto ambicioso com diferentes sessões para analisar os desafios que a Galiza enfrenta.