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06 Abr 2023

Politécnico de Viana do Castelo ajuda doentes de Alzheimer

Pedro Xavier

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No Dia Mundial da Atividade Física, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo apresenta o projeto Fitness for Alzheimer, coordenado pela Escola Superior de Desporto e Lazer, que comporta um conjunto de ferramentas para a prática de exercício físico para pessoas com problemas cognitivos, nomeadamente doentes de Alzheimer.

Estima-se que, atualmente, mais de 44 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de demência. Sem tratamento ou cura e com o aumento da esperança média de vida, os investigadores acreditam que o número mais do que triplique em 2050 e atinja 135 milhões de pessoas. A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência e as estimativas apontam para que seja responsável por cerca de 70% dos casos.

Foi a pensar nestas premissas que a Escola Superior de Desporto e Lazer, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESDL-IPVC), desenvolveu o projeto Fitness for Alzheimer – Fit4Alz –, que visa avançar com um conjunto de ferramentas, digitais e manuais, e orientações para a prática de exercício físico para pessoas com problemas cognitivos, nomeadamente doentes de Alzheimer.

Coordenado pela docente Ana Silva, o projeto Fit4Alz, com financiamento da União Europeia, está inserido no programa Erasmus + Sport. Em Portugal, além da ESDL-IPVC, conta com apoios da Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer, da Universidade da Maia, do Politécnico da Maia e do Município da Maia. Fit4Alz conta, ainda, com contributos de instituições dos Países Baixos, Itália, Sérvia e Polónia, englobando cerca de 500 idosos em cada um dos países.

O projeto Fit4Alz foi pensado por forma a ultrapassar as barreiras à prática de atividade física por parte de doentes de Alzheimer, adequando a atividade física às necessidades desta população específica. “Vamos aplicar diferentes metodologias de treino nos seniores para verificar aquelas que causarão melhores resultados e que ajudarão a mitigar os efeitos, que possam ser responsáveis por melhorias cognitivas ou até que travem o avanço da doença. Paralelamente, vamos incluir exercícios de dupla tarefa, ou seja, exercícios não só físicos, mas também cognitivos. A ideia será analisar o conjunto de exercícios que melhor se adeque para amenizar os efeitos da doença”, explica a docente e investigadora da ESLD-IPVC.

 Objetivo final será criar um guia de boas práticas com orientações de exercícios para pessoas com declínio cognitivo

 O programa engloba quatro tipos de exercícios: treino aeróbio; treino de força; treino aeróbio com exercícios cognitivos e treino de força com exercícios cognitivos.

“A literatura mostra que o treino aeróbio, pelo facto de promover uma maior oxigenação cerebral, produz uma melhoria do funcionamento do cérebro. Existem já exercícios mentais com impacto cognitivo e o que vamos fazer é analisar o efeito que cada exercício tem. Queremos também analisar se a junção de exercícios trata melhores resultados. O treino de força é outra alternativa. Neste momento, é pouco estudada, mas queremos analisá-la. Nestes doentes, o que mais se estuda são os exercícios mentais, mas poderão os físicos ser uma alternativa”, acrescenta Ana Silva.

 Os idosos estão já referenciados. Em Portugal, o Fit4Alz será aplicado pelo Município da Maia, que tem já um projeto sénior em curso.

O programa terá a duração de 30 meses. No final, o objetivo será criar orientações de exercícios para pessoas com declínio cognitivo, ou seja, criar um modelo de exercícios, físicos e cognitivos, orientados para a problemática da saúde mental como motores de melhoramento do estado de saúde dos doentes.

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