“Considero a candidatura de um membro da UEFA a nossa candidatura, e acho que faz sentido juntar Marrocos, que está muito perto de Portugal e de Espanha”, disse Ceferin, na conferência de imprensa após o 47.º Congresso do organismo, admitindo alguma apreensão no início do processo.
O esloveno reconheceu ter ficado “relutante” com a inclusão de Marrocos, antes de saber que “existia apenas uma candidatura da Europa”, acrescentando: “Se existissem mais propostas europeia, já não apoiaria”.
Aleksander Ceferin, que falou no final do 47.º Congresso da UEFA, que decorreu em Lisboa, garantiu não ter ficado surpreendido com o facto de o primeiro-ministro português, António Costa, ter mantido a Ucrânia no projeto de candidatura ibero-marroquino, no discurso de abertura.
“Não fiquei surpreendido, não percebo português, mas disseram-me que a tradução estava correta. Fiquei foi encantado com o discurso, porque ele [António Costa] adora futebol”, afirmou o esloveno, que chegou à presidência da UEFA em 2016.
Ceferin garantiu que, na sua opinião pessoal, a exclusão de clubes e seleções da Rússia e da Bielorrússia “não deve ser alterada até a guerra terminar”.
“A decisão não é minha, mas na minha opinião é que até a guerra terminar é muito difícil mudarmos seja o que for”, afirmou.
O presidente da UEFA considerou que o facto de a norueguesa Lise Klaveness não ter sido eleita para o Comité Executivo da UEFA, num escrutínio em que era a única mulher entre os 11 candidatos, é resultado da democracia.
“Quando há eleições democráticas é difícil dizer que há uma oportunidade perdida. Tenho a certeza de que a Lise faz um bom trabalho e tem futuro risonho na nossa organização”, considerou.
Admitindo que a UEFA está a “debater de forma séria a participação das mulheres” nos seus órgãos, Ceferin lembrou que hoje, em Lisboa, a inglesa Debbie Hewitt foi eleita para uma das vice-presidências europeias da FIFA.
A líder da federação inglesa tornou-se a primeira mulher a vencer um homem numa eleição para a FIFA, ao bater o norte-irlandês David Martin, na escolha de um representante das federações britânicas.
Na conferência de imprensa, Ceferin anunciou as escolhas para as vice-presidências da UEFA, substituindo Fernando Gomes e o húngaro Sandor Csányi, casos do italiano Gabriele Gravina e da galesa Laura McAllister, que se torna a primeira mulher a exercer este cargo.
No congresso de Lisboa, além dos vários processos eletivos, foram aprovados o Relatório e Contas e o Orçamento do organismo para 2023/24.
O próximo congresso ordinário do organismo que tutela o futebol europeu vai decorrer em Madrid, em 08 de fevereiro do próximo ano.