São esperados milhares de minhotos e galegos, nas duas margens, nesta tradição secular pascal onde a tradição, a fé e a devoção procurarão misturar o cristianismo com os ancestrais cultos pagãos das águas.
Posteriormente, o Santuário da Senhora da Cabeça, na freguesia de Cristelo Covo, o parque de merendas do Cais de Sobrado – Torron, em Tomiño e o rio Minho serão os recintos de uma autêntica romaria galaico-minhota.
Pelas 17h00, depois da visita pascal a Cristelo-Covo, o pároco com a Cruz Pascal, entrará num barco de pesca, no Cais da Senhora da Cabeça e dirigir-se-á até ao meio do rio. Em Sobrado o desfile dos Chimpins (pequenos tratores) enfeitados, cheios de populares e com a Cruz Pascal dirigir-se-á para o rio e aí embarcarão nos barcos de pesca.
A meio do rio encontrar-se-ão as duas cruzes, com a portuguesa a seguir para Sobrado e a galega para Valença, sendo dada a beijar nas duas margens. Entretanto, os pescadores lançarão as redes benzidas ao rio. Todo o peixe que sair no lance será para o pároco.
Até à noite os sons das gaitas de foles e das treboadas misturar-se-ão com os das concertinas, das castanholas, o rufar dos bombos e tambores numa autêntica romaria galaico-minhota, tendo o rio Minho por inspirador e testemunha.
A devoção dos pescadores portugueses e galegos e as suas invocações, no Lanço da Cruz, criou posteriormente o secular culto à Senhora da Cabeça, no Santuário do mesmo nome, prolongando a festa para terça-feira, Dia da Senhora da Cabeça.
A Câmara Municipal de Valença, em parceria com a União de Freguesias de Arão, Cristelo Covo e Valença e a Paróquia de Cristelo Covo está a trabalhar no sentido de classificar esta festividade como Património Imaterial Nacional.