A Confraria de Nossa Senhora da Agonia é, nos termos dos seus estatutos, uma Associação Pública de Fiéis canonicamente ereta, com personalidade jurídica pública na Igreja. Os seus membros têm a designação de irmãos e a associação tinha, nos seus primeiros Estatutos, a denominação de Irmandade de Nossa Senhora da Agonia.
Em 10 de Maio de 1890 foi conferido à Irmandade de Nª Srª d’Agonia o título de “REAL por sua Majestade El Rei D. Carlos e a Rainha D. Amélia – Juízes perpétuos desta Irmandade”.
A Confraria tem o fim principal de promover o culto e a devoção a Nossa Senhora, particularmente sob a invocação de Nossa Senhora da Agonia.
Em 2023, celebram-se 200 anos do surgimento da romaria, conforme atesta Francisco Sampaio no Pedido de Declaração de Interesse Turístico da Romaria d’Agonia. Cumprem-se também 240 anos (1783) do início da realização de missa ao dia 20 de agosto, “a sagrada Confraria dos Ritos concedeu faculdade e licença para todos os anos se celebrar (…), ano dia 20 de agosto, uma missa solene”. Curiosamente, também este ano, se cumprem os 130 anos (1893/2023) que foram incorporados os “Zabumbas e Zés-Pereiras” (Cabeçudos e gigantes) na festividade. Relativamente à Igreja de Nossa Senhora d’Agonia, assinalam-se 150 anos sobre a ampliação da elegante frontraria do templo da autoria de André Soares, e do dobramento de altar.
A presidência da comissão de honra da Romaria da Agonia é uma função que, por inerência, cabe ao presidente da Câmara de Viana do Castelo, mas que há mais de duas décadas é delegada em figuras “que contribuem para a promoção do concelho e das festas”, como aconteceu com a fadista Amália Rodrigues, o antigo embaixador Francisco Seixas da Costa, a artista plástica Joana Vasconcelos, entre muitos outros.
As origens da Romaria d’Agonia remontam a uma via-sacra referenciada em documentos do século XV. Nesse local foi construída, em 1674, a Capela do Bom Jesus do Santo Sepulcro. A devoção surgiu em 1751, quando a imagem da santa entrou na capela, o que fez aumentar de forma considerável o número de promessas e ofertas, mantendo-se até aos dias de hoje como padroeira dos pescadores.
A igreja dedicada à santa começou a ser construída em 1774 e, nove anos mais tarde, a Sagrada Congregação dos Ritos concedeu licença para que todos os anos pudesse ser celebrada naquele local, a 20 de agosto, uma missa solene, dia que, ainda hoje, é feriado municipal.
Nos moldes próximos dos atuais, a festa surgiu em 1823 e o primeiro desfile do traje surgiu em 1906. Dois anos depois o programa incluiu, pela primeira vez, a parada agrícola, antecessora do atual cortejo histórico-etnográfico. Em 1968 realizou-se a primeira Procissão ao Mar, outro dos números mais emblemáticos, com dezenas e dezenas de embarcações de pesca a levarem a imagem da padroeira ao mar e ao rio. Também a Feira Franca da festa é bem antiga, contando já com mais de 250 anos de existência.