“Nesta data, quero dar particular destaque à terceira série de navios de patrulha oceânica da classe Viana do Castelo, cujo concurso de aquisição foi formalmente lançado na sexta-feira”, disse Helena Carreiras que falava, no Porto, durante as comemorações do Dia da Marinha.
A cerimónia mobilizou mais de 500 militares em parada que levaram à avenida em frente à Alfândega milhares de pessoas.
De acordo com Helena Carreiras, “a atempada e célere execução deste programa [de modernização da marinha] constitui uma prioridade para o interesse nacional e para o cumprimento das missões da Marinha Portuguesa”.
“Estes navios são fundamentais para assegurar uma atuação eficaz nos espaços sob soberania e jurisdição nacional”, referiu a ministra, que não falou aos jornalistas à margem da cerimónia.
Em causa está a aquisição de seis navios de patrulha oceânica, cuja primeira entrega estava prevista para 2023, mas que foi adiada.
Fonte do Ministério da Defesa Nacional disse à agência Lusa que o primeiro destes seis navios chegará em 2026 e os dois últimos em 2030.
A 16 de maio, na comissão parlamentar de Defesa, no âmbito da discussão da especialidade das propostas de Lei de Programação Militar (LPM) e de Lei de Infraestruturas Militares (LIM), e em resposta a perguntas do PSD, a governante desdramatizou o atraso na aquisição dos seis navios.
O atraso aconteceu após o segundo ‘chumbo’ pelo Tribunal de Contas (TdC) do visto do contrato que o Ministério da Defesa Nacional pretendia fazer com a ‘holding’ estatal IdD-Portugal Defence para a gestão do programa, no ano passado.
Num discurso centrado no agradecimento à prontidão dos militares e operacionais e no plano de ação do Governo para a profissionalização militar, Helena Carreiras falou também de várias missões de navios portugueses.
A governante destacou, entre outros, o projeto de presenças coordenadas da União Europeia, a participação portuguesa nas medidas de tranquilização da NATO ou as parcerias com países lusófonos, sem esquecer o papel de Portugal no contexto da tensões do leste da Europa decorrentes da invasão militar da Rússia à Ucrânia.
“Todas estas missões reforçam de forma clara e inequívoca o papel de Portugal enquanto parceiro e aliado de confiança”, disse.
Perante o Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, que tinha discursado anteriormente, Helena Carreiras garantiu que o Plano de Ação para a Profissionalização do Serviço Militar, que visa “recrutar e reter os melhores”, tem sido “uma prioridade”.
“Estou certa de que continuaremos a avançar em conjunto em prol desse e doutros objetivos, melhorando as condições daqueles e daquelas que escolhem esta profissão”, disse, afirmando “a total confiança” da tutela na “liderança e visão” de Gouveia e Melo.
Helena Carreiras apontou que “a Marinha Portuguesa tem em curso um extenso plano de renovação e modernização que visa a otimização tecnológica nos próximos anos” e descreveu a Lei de Programação Militar, atualmente em discussão na Assembleia da República, como “a maior proposta de sempre”, num investimento estimado 5,5 milhões de euros.
O Dia da Marinha é uma iniciativa nacional que este ano decorreu no Porto com eventos ao longo de vários dias.
Entre os destaques está a possibilidade de visitar o navio-escola Sagres, atracado no rio douro, algo que não acontecia há 25 anos.
Fonte da organização disse à Lusa que “só no sábado” foram contabilizadas mais de 7.500 visitas ao navio-escola.
O objetivo desta iniciativa passa por aproximar a sociedade da Marinha e mostrar às pessoas que este ramo das Forças Armadas é um instrumento do Estado português na sua ação no mar.
O ponto alto das celebrações foi o desfile de hoje que contou com uma demonstração de capacidades militares junto ao rio Douro.