Através de uma equipa multidisciplinar, com profissionais das áreas do design, comunicação, psicologia, alimentar e literacia, o Politécnico de Viana do Castelo irá recorrer às novas tecnologias para criar jogos interativos e plataformas online com o objetivo de contribuir para uma maior educação alimentar, mas também sensibilizar para a mudança de comportamentos. O objetivo será depois desenvolver uma campanha internacional que promova a literacia em saúde e sensibilize a sociedade para os riscos da obesidade.
Serão desenvolvidas estratégias interdisciplinares de investigação e inovação, capazes de mudar o paradigma da prevenção e do tratamento da obesidade, fornecendo soluções práticas para uma vida saudável na sociedade contemporânea. “Através de recursos tecnológicos, queremos sensibilizar as pessoas para os problemas da obesidade, de forma a mudarem os seus comportamentos. Não vamos fazer apenas folhetos informativos. Queremos criar informações animadas e jogos, ou seja, conteúdos apelativos que captem a atenção de todas as faixas etárias, sejam elas crianças ou adultos”, explicou a docente do Politécnico de Viana do Castelo, Isabel Araújo, que não nega o grande desafio que os docentes e investigadores terão pela frente. “A obesidade é um problema mundial e dada a sua dimensão e relevância, aceitamos o desafio e acreditamos que podemos dar um contributo muito válido no combate a uma problemática desta envergadura”.
A par de Isabel Araújo, o projeto irá contar com contributos dos docentes Patrícia Vieira, Pedro Faria, Rita Pinheiro e Carla Faria. O “PAS GRAS” envolve parceiros de oito países europeus e vai prolongar-se ao longo de cinco anos.
O projeto “PAS GRAS: redução de riscos metabólicos, determinantes ambientais e comportamentais da obesidade em crianças, adolescentes e jovens adultos” é liderado pelo investigador e vice-presidente do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, Paulo Oliveira, e foi financiado no âmbito do programa Horizonte Europa.
A investigação pretende trabalhar e estudar o impacto de determinados elementos na obesidade, tais como o estilo de vida e a saúde mental, mas também fatores familiares, socioeconómicos, genéticos ou metabólicos. Com os dados, será, depois, possível fazer uma avaliação personalizada do risco de o indivíduo sofrer de obesidade e/ou complicações associadas, como problemas cardiovasculares. Paralelamente, o projeto vai estudar mecanismos celulares e moleculares subjacentes ao efeito protetor de componentes da dieta mediterrânica e atividade física.
O estudo vai incidir sobre crianças (3-9 anos), adolescentes (10-18 anos), jovens adultos (19-25 anos) e respetivas famílias com excesso de peso ou obesidade.
O “PAS GRAS” envolve parceiros de oito países europeus. Além do Politécnico de Viana do Castelo e do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, conta com contributos de mais 14 entidades, quatro delas nacionais: a Associação de Ginástica do Centro, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, a Universidade Nova de Lisboa e o Instituto Pedro Nunes (em Portugal). Juntam-se também o Conselho Nacional das Pesquisas e a Universidade de Bari (em Itália), a Fundação EURECAT (em Espanha), o Instituto Nencki de Biologia Experimental (na Polónia), o King’s College de Londres (no Reino Unido), a Mediagnost, a Universidade de Martin Luther Halle-Wittenberg e a Universidade Técnica de Munique (na Alemanha), a Sociedade Europeia de Investigação Clínica (nos Países Baixos) e a Universidade de Uppsala (Suécia).
É coordenado pelo consórcio Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB), pelo Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR) e pelo Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra (CEISUC).