“Queremos segurança sem barreiras”, assegura Rui Teixeira, também vice-diretor do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial do Rio Minho. “Se continuadamente andamos a lutar, a nível europeu, pelo rompimento das fronteiras físicas entre países, não faz sentido implementar medidas que indicam um retrocesso da livre circulação de pessoas, além de causar transtornos ao turismo e economia local”, sublinha.
Este cenário de controlo de fronteiras traz “más memórias” devido ao forte impacto na rotina diária dos cidadãos da raia minhota e “já começa a gerar motivos de muita preocupação entre trabalhadores transfronteiriços e empresários”. “Falo do caso concreto da Eurocidade Cerveira-Tomiño, em que ambas as populações fazem o seu dia a dia normalmente num território comum, a nível profissional ou de convívio/lazer. A Ponte da Amizade é encarada como uma travessia como outra qualquer, entre o Porto e Vila Nova de Gaia, entre Lisboa e a Margem Sul…”, reforça Rui Teixeira.
De relembrar que a possibilidade de reposição do controlo fronteiriço em Portugal foi uma das primeiras preocupações levantadas pelas novas provedoras transfronteiriças da Eurocidade Cerveira-Tomiño apresentadas, a 10 de março, em sessão pública. Ana Fernández Ordóñez e Maria Manuela Ferreira chegaram mesmo a solicitar esclarecimentos ao Ministério da Administração Interna, “de forma a obter informação fiável e clara sobre este tema, nomeadamente quais as medidas que vão ser adotadas e como pretendem evitar os prejuízos para a cidadania transfronteiriça”. Sem qualquer resposta por parte do Governo de Portugal ao pedido endereçado, as provedoras transfronteiriças frisaram a necessidade de evitar o “cenário de alarme social” vivido em 2017, aquando da vinda do Papa Francisco para o Centenário das Aparições de Fátima.
A Jornada Mundial da Juventude vai realizar-se em Lisboa, entre os dias 1 e 6 de agosto, com a presença do Papa Francisco e deverá contar com cerca de 1,5 milhões de pessoas.