Este acompanhamento resultou da iniciativa de um conjunto de pescadores profissionais que trabalha no rio Lima que decidiu libertar alguns dos animais previamente capturados durante a atividade piscatória. A ação teve como finalidade promover a desova de alguns exemplares desta espécie no rio Vez, um dos principais afluentes da bacia do Lima, de modo a aumentar a sua abundância neste local nos próximos anos.
A lampreia marinha é uma espécie que se encontra com o estatuto de conservação de “Vulnerável” em Portugal e que termina a sua época de reprodução no final de maio/início de junho. Esta ação resulta também do intenso trabalho de parceria e de sensibilização que a Universidade de Évora e o MARE têm vindo, ao longo dos últimos anos, a desenvolver junto de diversas comunidades piscatórias do nosso país, e cujos resultados práticos se vão revelando através da promoção destas iniciativas.
De acordo com Pedro Raposo de Almeida, Diretor do MARE e coordenador de vários projetos relacionados com a gestão da pesca às espécies diádromas, como a lampreia-marinha “É com grande satisfação que assistimos a estas iniciativas promovidas pelos pescadores profissionais. Ao longo dos últimos anos temos procurado envolver os pescadores na gestão da pesca destas espécies migradoras, particularmente, da lampreia-marinha e do sável, porque a proteção destes valiosos recursos naturais só será bem-sucedida, se contar com a colaboração das comunidades piscatórias do nosso país.”
Espera-se que esta ação positiva por parte dos pescadores permita sensibilizar, não só outras comunidades piscatórias, mas também outras entidades envolvidas na conservação e gestão destes recursos naturais, demonstrando que a preservação destes ecossistemas é uma missão de todos nós.