“É uma história que merecia muito ser contada. […] É a primeira e maior coprodução 3D de animação alguma vez feita em Portugal”, disse hoje à agência Lusa Rui Miranda, da produtora Watermelon, a partir dos EUA, onde reside.
Com um orçamento de 10 milhões de euros e uma duração de 100 minutos, o romance musical “Viana a Lenda dos Corações de Ouro” vai chegar às salas de cinema através da NOS Lusomundo Audiovisuais, que opera no mercado de distribuição.
A adaptação da lenda de Viana ao filme de animação, por Rodrigo Carvalho, começou há cinco anos e a produção em janeiro de 2022, financiada pelo Fundo de Apoio do Turismo e Cinema e pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA).
A princesa Ana é a personagem principal e vai ser interpretada pela atriz Daniela Melchior, contou o produtor: “A Daniela transmitiu uma força e personalidade à personagem, além de nos ter ajudado a chegar a outros atores internacionais. Houve adaptação visual da princesa para se assemelhar mais à Daniela. É uma atriz excelente com imensa projeção que nos permite ter uma princesa portuguesa”.
Segundo o produtor, do elenco fazem ainda parte, entre outros, os atores Keith David, Yvette Nicole Brown, Aasif Mandvi, Pêpê Rapazote e Dan Fogler, mas a equipa que está a produzir “Viana a Lenda dos Corações de Ouro” envolve “mais de uma centena de pessoas”.
A “produção e pós-produção é 100% portuguesa”, mas “parte do projeto é feito por um estúdio parceiro, em Espanha”.
Natural de Lisboa, Rui Miranda conheceu a história da antiga lenda sobre a origem do nome de Viana do Castelo através da mulher, natural da capital do Alto Minho.
“Gostamos de histórias que transmitam uma mensagem muito positiva e inspiradora.
Esta lenda tem a força do poder do amor, a força da generosidade e parece um tributo às mulheres, à força e generosidade das mulheres de Viana do Castelo”, disse Rui Miranda.
Com versão em português e inglês, o filme conta a história de amor de Ana e Thomas. O “pai da princesa, o Duque d’Aragon, proíbe a união, exigindo que os pretendentes da filha produzissem uma joia como prova de nobreza”.
“Com a ajuda dos seus fiéis companheiros, a generosidade das mulheres da vila e o talento de um misterioso joalheiro, Ana e Thomas enfrentarão tudo e todos por amor, incluindo o maléfico Duque d’Aragon”, lê-se na sinopse do filme.
Do desafio lançado pelo pai da princesa nasce uma “joia de beleza requintada”, o coração de filigrana de Viana do Castelo, símbolo da chieira da cidade e uma peça em ouro que não pode faltar no traje regional.
A esta lenda é atribuída a origem do nome da cidade. Cada vez que Thomas via Ana à janela do castelo onde vivia, declarava: “Vi a Ana do Castelo”.
“Alegrou-nos muito fazer o filme e dar destaque a uma história tão bonita e, por consequência a uma cidade tão bonita como Viana do Castelo. Tenho um amor especial pelo projeto por ser casado com uma mulher de Viana do Castelo”, confessou o produtor.
O filme, com uma mistura de aventura, comédia e romance passa-se na época medieval e reproduz alguns edifícios emblemáticos da cidade como o chafariz ou os antigos Paços do Concelho, na Praça da República.
O “sonho” de Rui Miranda é fazer a estreia mundial em Viana do Castelo, “com direito a passadeira vermelha”, esperando mobilizar o apoio da Câmara Municipal e do Turismo do Porto e Norte de Portugal.
Constituída em 2008, por Rui Miranda e Rodrigo Carvalho, a Watermelon tem na série infantil “Nutri Ventures” a sua produção “mais emblemática”.