Trata-se de uma publicação associada às Festas de Nossa Senhora d’Agonia, fundada em 1995 pela Vianafestas – Associação Promotora das Festas da Cidade, e reestruturada em 2012, correspondendo o atual volume ao 29.º editado.
Com textos e fotos de 34 colaboradores reunidos numa única publicação, este 12.º volume, da segunda série, da revista “A Falar de Viana”, edição de 2023, será apresentada ao público amanhã, 25 de julho, às 18:00, na Sala Couto Viana da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo.
“Nas mais de três centenas de páginas deste número, dão-se a conhecer diversos assuntos relacionados com as Festas d’Agonia e, outros de índole mais geral, mas que se enquadram no âmbito desta publicação, pois, todos eles estão imbuídos de um espírito comum que é – Falar de Viana”, explica Rui Viana, coordenador da Revista e diretor da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo.
É exemplo a obra de reparação da ponte metálica, iniciada em 1922, “estando o trânsito de veículos e de cargas impedido desde o dia 10 de outubro desse ano”, como retrata uma reportagem de há cem anos recuperada nesta edição.
“Esta situação, com muitos prejuízos para o movimento de pessoas e bens, vai prolongar-se até Agosto de 1925, altura em que se verifica a conclusão das obras”, recordava.
Ou ainda as obras de construção do elevador ligando a cidade de Viana do Castelo ao topo do monte de Santa Luzia, que se iniciaram em 1921, “graças ao empreendedorismo de Bernardo Pinto Abrunhosa, empresário natural de Vila Real que se fixou em Gaia e apaixonou por Viana do Castelo, onde adquiriu uma quinta na Abelheira”.
Em Viana do Castelo, recorda a reportagem de há cem anos, o empresário construiu um palacete na Rua da Bandeira, conhecido pelo Palacete Abrunhosa, para a sua residência nesta cidade.
“No entanto, já antes, o insigne filantropo e benemérito Domingos José de Moraes, nascido na freguesia de Areosa (1847-1903) e figura destacada da Comissão de Melhoramentos do Monte de Santa Luzia, criada em 1893, ‘pensara na construção de um elevador mecânico para o alto de Santa Luzia, para o que já estava traçado o competente plano”, pode ler-se.
Também uma das primeiras notícias relativas às Festas de Nossa Senhora d’Agonia surge num dos jornais locais, em Junho de 1923: “Para informar que os Bombeiros Voluntários tomaram a si o encargo da sua organização”.
As diferentes secções do “Falar de Viana” apelam à memória coletiva, apresenta o que de mais relevante aconteceu na festa e na cidade há cem anos, mas regista também um apontamento
de leitura agradável sobre Viana do Castelo no princípio do século 20. Exalta-se em escrita poética Viana e as suas Festas e são ainda reunidos diferentes textos inéditos de diversos autores sobre assuntos como as festas, o concelho e personalidades vianenses, pensados no interesse que podem despertar para quem os lê.
“Claro está que, em jeito de reportagem, não faltam fotografias ilustrativas dos momentos principais da Festa do ano transato, assim como o programa pormenorizado do que vai acontecer nos vários dias da edição de 2023”, explica ainda Rui Viana.
A capa deste volume apresenta como motivo principal um pormenor de uma peça de faiança da Fábrica de Viana do período de 1790 a 1830 (pertencente à coleção do Museu de Artes Decorativas) que produz um belo efeito sobre uma imagem do cortejo histórico de 1953.