O Auto da Floripes é uma representação de teatro popular que está integrado na programação das Festas da Senhora das Neves e é um tributo à padroeira Senhora das Neves. Opondo cristãos e turcos, o Auto da Floripes é um drama de cariz guerreiro que se insere no “Ciclo Carolíngio”, por se inspirar na segunda parte do livro “História de Carlos Magno e dos Doze Pares de França”.
Nesta manifestação teatral encontramos vários elementos reunidos: ação, expressão dramática, texto, canto, dança e mímica. Apesar do carácter evangelizador e moralizador na génese, o Auto da Floripes é uma história de ficção que compreende, desde sempre, o seu papel lúdico e revela, entre os vários momentos solenes, ensejos de comédia e sátira.
Com uma longevidade assinalável e uma periodicidade anual contínua, distingue-se como um dos poucos sobreviventes do velho teatro popular e afirma-se como uma das referências do teatro popular português.
O Auto da Floripes assume-se como património e parte integrante da identidade das comunidades que partilham o Lugar das Neves e manifesta dimensão nacional e internacional no panorama do património cultural imaterial. No Almanach de Lembranças Luso-Brasileiro de 1860, o intitulado “Ferrabraz e Floripes” é já considerado predilecto drama do seu povo.