Guillermo Heras trabalhou em Portugal com o Teatro do Noroeste, de Viana do Castelo, com o Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, e estava prevista uma próxima encenação sua na Seiva Trupe, no Porto, disse Jorge Castro Guedes.
O percurso de Heras pelo mundo hispânico fica ligado à pesquisa de novas linguagens cénicas e de dramaturgias emergentes, acrescentou.
Nascido em Madrid, em 29 de julho de 1952, Guillermo Heras foi encenador, ator, dramaturgo e editor, e um dos fundadores do grupo de teatro El Astillero.
Dirigiu o Centro Nacional de Nuevas Tendencias Escénicas durante uma década, desde a sua criação em 1984, cargo que abandonou para assumir a direção da Mostra de Teatro Espanhol de Autores Contemporâneos de Alicante.
Heras estudou Belas Artes, Jornalismo e Imagem e era licenciado em representação pela Escuela Superior de Arte Dramático y Danza.
Em 1974, ingressou no grupo de teatro Tábano, onde trabalhou como ator e encenador durante nove anos.
Posteriormente, foi professor de dança no Mestrado em Gestão Cultural; assessor para assuntos relacionados com as artes cénicas latino-americanas na Casa de Cultura de Madrid; diretor de teatro de El Astillero; e diretor da exposição de Teatro Espanhol de Autores Contemporâneos em Alicante.
Foi editor e coordenador de revistas e coleções literárias dedicadas ao teatro, além de ter dado cursos e seminários em vários locais de Espanha e de outros países, como França, Itália, Argentina, México, Cuba, Venezuela, República Dominicana, Colômbia, Haiti e Egipto.
Membro desde 1982 da Asociación de Directores de Escena (ADE), da qual foi vice-presidente entre 1995 e 1999, Guillermo Heras fundou o coletivo de teatro El Astillero no início dos anos 1990, juntamente com José Ramón Fernández, Luis Miguel González Cruz, Juan Mayorga e Raúl Hernández Garrido.
Participou em numerosas produções teatrais, operáticas e de dança. Os seus autores preferidos são Calderón, Shakespeare, Brecht, Nieva, Berkoff, Koltés, Pasolini, Mayorga, González Cruz, Hernández Garrido, Tomás Marco, Rosa Montero, Muñoz Molina, Alvaro del Amo, Maqua, Belbel, Daulte e Vázquez Montalbán, entre outros.
Recebeu o Prémio Nacional de Teatro, em 1994, partilhado com a companhia catalã Els Joglars, pela encenação das peças de Francisco Nieva e Sergi Belbel “Nosferatu” e “Caricias”, respetivamente, estreadas naquele que foi até há poucos anos um dos templos do teatro espanhol contemporâneo, a Sala Olimpia de Madrid.
Em 1994, recebeu também os prémios ADE de Cenografia (partilhado com Alvaro Aguado) e Segismundo (partilhado com a equipa técnica do Centro Nacional de Nuevas Tendencias Escénicas), e foi ainda distinguido como Melhor Encenador da temporada pela Asociación Independiente de Espectadores de Alicante pelas suas produções de “Geografía”, “Como los griegos” e “Nosferatu”, em diferentes temporadas.
Atualmente, estava a trabalhar em “Ojos verdes de luna” e “El viaje circula” no Teatro de La Zarzuela.