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26 Out 2023

Da censura à liberdade: a rádio e as conversas sobre sexo

Rádio Geice

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Desde a sua criação, a rádio tem sido um meio de comunicação emblemático que reflete as mudanças socioculturais e as tensões das sociedades ao longo do tempo. Uma dessas mudanças foi a evolução na forma como o sexo é abordado e discutido.

Durante décadas, as conversas sobre sexualidade foram restringidas, omitidas ou censuradas. No entanto, com a evolução cultural e os movimentos de libertação, a rádio conheceu uma transformação notável na forma de falar sobre sexo, relações pessoais e empregos como onlyfans, pornografia ou escorts em Portugal (https://pt.simpleescorts.com/acompanhantes/), inaugurando uma nova era de liberdade de expressão e educação.

Neste artigo exploramos esta jornada da censura à liberdade.

Início conservador e censura

Na viragem do século XX, a rádio estava a emergir como um meio de comunicação revolucionário, com a promessa de ligar as massas de uma forma nunca antes alcançada. No entanto, a própria natureza da sua inovação foi acompanhada de cautela e de um escrutínio rigoroso sobre o que devia e não devia ser transmitido ao público. Neste contexto, as normas sociais e culturais da época exerceram uma influência preponderante nos conteúdos das emissões.

O sexo, sendo um assunto considerado privado e sensível, estava entre os temas a evitar a todo o custo nas ondas de rádio. As normas morais da sociedade do início do século XX, largamente influenciadas por valores religiosos e tradicionais, ditavam que temas como a sexualidade não só eram inadequados para discussão pública, como podiam ter repercussões negativas na moralidade da sociedade. Os radiodifusores, conscientes desta perspetiva, evitavam qualquer menção ou discussão sobre sexo, a fim de prevenir eventuais controvérsias.

Para além das restrições auto-impostas, os organismos de radiodifusão enfrentavam também uma regulamentação externa. As autoridades e organizações reguladoras mantinham um controlo rigoroso sobre o que era considerado “decência” na rádio. A transmissão de conteúdos que fossem contra estas normas podia resultar em sanções, multas e até na revogação das licenças. Esta pressão reguladora juntou-se às preocupações dos organismos de radiodifusão em perder patrocinadores e anunciantes, que não queriam associar as suas marcas a conteúdos potencialmente controversos.

Além disso, a auto-censura era uma prática comum entre produtores e organismos de radiodifusão. Com medo de cruzar linhas invisíveis e enfrentar represálias, muitos optaram por ficar longe de qualquer assunto que pudesse ser considerado remotamente controverso. Assim, a rádio, nas suas primeiras décadas, tornou-se um reflexo do conservadorismo da sociedade, evitando ativamente questões de sexualidade e relegando-as para a esfera privada e para o sussurro.

Os Anos Rebeldes: Mudança Social no Século XX

À medida que o século XX avançava, a rigidez e o conservadorismo que tinham marcado as primeiras décadas da rádio começaram a ser desafiados por um mundo em constante mudança. As décadas de 1960 e 1970 testemunharam uma onda de revoluções sociais e culturais que abalaram as fundações de muitas sociedades ocidentais, e a rádio não foi excluída deste turbilhão.

O surgimento dos movimentos de direitos civis, feministas e de libertação sexual trouxe para o centro do debate questões que até então eram consideradas tabu. Os jovens, que estavam no centro de muitos destes movimentos, encontraram na rádio uma ferramenta para difundir a sua mensagem e desafiar o status quo. Surgiram estações de rádio e programas que decidiram corajosamente abordar questões relacionadas com sexo, relações, identidade de género e direitos reprodutivos, entre outras.

Estas estações e emissoras rebeldes não estavam isentas de desafios. Muitas enfrentaram a resistência tanto das autoridades como dos sectores conservadores da sociedade. Algumas emissoras enfrentaram boicotes, protestos e até processos judiciais. No entanto, a natureza contracultural da rádio rebelde encontrou ressonância junto de um público jovem e em busca de mudança, o que deu a estes programas uma base de ouvintes leal e empenhada.

Ao mesmo tempo, os artistas e músicos da época também começaram a explorar temas de sexualidade e libertação nas suas letras e composições. A rádio, ao difundir estas canções, tornou-se indiretamente um veículo de promoção de uma mensagem de mudança e aceitação. Letras ousadas e entrevistas com artistas que não tinham medo de falar abertamente sobre a sua sexualidade, relações ou experiências começaram a desafiar e a redefinir o que era considerado “aceitável” para o público.

Apesar dos desafios, estes anos de rebeldia marcaram um ponto de viragem na história da rádio e da sua relação com o sexo. Embora ainda houvesse resistência e nem todas as estações adoptassem uma posição progressista, o precedente estava estabelecido: a rádio já não podia ignorar ou silenciar as conversas sobre sexualidade e direitos. A porta estava aberta para um novo tipo de discurso, que reflectia as mudanças e tensões da sociedade como um todo.

A era moderna: educação e diversidade nas ondas do rádio

Com o passar dos anos e com a consolidação das mudanças sociais iniciadas nas décadas anteriores, a rádio do século XXI assumiu um papel renovado e essencial nas conversas sobre sexualidade. Nesta era moderna, as ondas de rádio tornaram-se plataformas de educação, inclusão e representação.

Os programas de rádio modernos já não tratam simplesmente a sexualidade como um assunto secundário ou tabu. Em vez disso, abordam frontalmente questões de saúde sexual, prevenção de doenças, relações saudáveis, consentimento e diversidade de orientações e identidades de género. Muitos organismos de radiodifusão incluíram segmentos ou programas inteiros dedicados à educação sexual, em que especialistas na matéria, desde médicos a terapeutas e educadores, fornecem informações vitais e respondem a perguntas do público.

Esta abordagem educacional é fundamental, especialmente em áreas onde a educação sexual formal nas escolas é insuficiente ou enviesada por ideologias conservadoras. A rádio, com a sua capacidade de chegar a vastas camadas da população, surgiu como um contrapeso, oferecendo informações baseadas na ciência e em experiências reais.

Por outro lado, a representação da diversidade sexual e de género tem encontrado um espaço de destaque na rádio contemporânea. Os programas que celebram e discutem as experiências da comunidade LGBTQ+ ganharam popularidade, proporcionando um espaço para que vozes historicamente marginalizadas sejam ouvidas. Estes programas não só educam o público em geral sobre questões de diversidade, como também oferecem apoio e comunidade àqueles que pertencem a estes grupos.

Por sua vez, a interatividade oferecida pelas tecnologias modernas permitiu que as audiências participassem mais ativamente nestas conversas. As chamadas em direto, as mensagens de texto e as redes sociais transformaram a rádio num espaço dinâmico e bidirecional onde as histórias e experiências dos ouvintes são parte integrante do conteúdo.

A rádio moderna reconhece que falar de sexo não é apenas falar de actos físicos, prostituição ou pornografia; é falar de identidade, direitos, relações, emoções e até de negócios relacionados com estes tópicos, como no caso de portais de publicidade para adultos, como o simpleescorts pt. Ao posicionar-se como um canal de comunicação aberto e sem julgamentos, tem contribuído significativamente para desmistificar, normalizar e enriquecer as conversas sobre sexualidade na sociedade contemporânea.

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