“Ucrânia, ainda agora em ti entrei e já me fazes sentir coisas. Não sei se foi por ter vindo de uma Hungria de pessoa frias e pouco prestáveis, mas sem dúvida que uma linha imaginária criada no ano de 1991, quando conquistaste a tua independência, sem dúvida, que essa linha faz diferença em ti, Ucrânia, foi atravessar essa linha e tudo muda“, escreveu na primeira publicação que fez quando entrou em solo ucraniano.
Esta segunda-feira, 22 de janeiro, Manuel Montes, como se chama, chegou a Kharkiv, uma das cidades mais “massacradas” durante o conflito contra a Rússia.
“Aqui, mais do que nunca, a tensão sente-se. 70% das viaturas aqui são militares. Colunas militares nesta região passam por mim como se fossem bandos de pássaros, pássaros que não voam livres, pássaros que vão numa missão de onde podem não voltar!“, descreveu na mais recente atualização.
“A minha passagem pelo Oblast de Kharkiv vai ser curto. Amanhã [terça-feira] já entro na região de Dnipro. Enquanto isso, por aqui irei ficar a noite de hoje. Por estas bandas já ouvi e recebi informação de ataques aéreos à região umas quatro vezes e só estou cá há umas horas. Triste realidade. Mais uma vez digo, se nada fizermos, qualquer dia nada haverá para fazer!“, alertou.
A aventura de Manuel Montes em solo ucraniano tem sido exposta na página de Instagram Vagamundo, onde tem mais de 15 mil seguidores.
Esta não é a primeira vez que viaja de bicicleta rumo ao desconhecido. Em setembro de 2016, partiu da Alemanha, passou por países como a Polónia, a própria Ucrânia, a Moldávia, a Roménia, a Bulgária, a Turquia, e chegou a dormir, até, nas ruas do Iraque. Ao todo, segundo revela nessa mesma página, este homem, que se descreve como um “sortudo” e que tem como lema a frase “não se deixem morrer“, já visitou 42 países.