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Nacional

06 Mar 2024

Saúde, habitação e mobilidade foram os temas em destaque no Debate das Rádios

Duarte Lago
Debate das Rádios

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Os candidatos pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo, das forças políticas com assento parlamentar, voltaram a sentar-se à mesa para um debate que foi promovido em conjunto pela Rádio Alto Minho e pela Rádio Geice e que teve como principais pontos de análise a Mobilidade, a Habitação e a Saúde.

Com a presença de todos os cabeças de lista, à exceção de José Pedro Aguiar-Branco, da AD, e de Isabel Rhodes, do PAN, que se fizeram representar por Jorge Mendes e Tiago Carvalho, a ordem das respostas foi dada por ordem decrescente do número de votos que cada partido teve nas eleições legislativas de 2022.

Marina Gonçalves, representante do Partido Socialista pelo Alto Minho, que já afirmou que não está neste desafio como ministra da Habitação, cargo que exerceu desde janeiro de 2023, mas como Marina Gonçalves, garantiu que “há uma decisão tomada” e que ela passa por isentar os pórticos do Neiva e de Esposende, na A28. Só não se comprometeu com uma data para aplicar essa medida.

Assumiu também que “ainda há muita coisa para fazer” em termos de habitação, mas que “os instrumentos estão em curso”, que os edifícios devolutos estão integrados nessa estratégia, que “vai nascer mais habitação” e lembrou que já é promovido “um apoio às rendas que abrange 230 mil famílias”. “Chega? Não chega. Mas é com estas respostas que queremos garantir habitação digna a todos”, referiu.

Sobre a área da Saúde, admitiu que “há problemas estruturais no Hospital de Viana”, com “urgências a funcionarem em soluções temporárias”. Voltou a sublinhar a necessidade da descentralização e a requalificação dos centros de saúde, e realçou que essas medidas vão “permitir melhorar condições para os profissionais e utentes”. Quanto à instalação do serviço de radioterapia no Hospital de Viana do Castelo, não se quis comprometer: “É uma das dimensões que precisamos de olhar e reforçar as respostas no Alto Minho”.

Jorge Mendes, da AD, que foi cabeça de lista nas últimas duas legislativas e que em 2024 se posiciona no terceiro lugar, começou por criticar “a grande asfixia fiscal” de que o país “é vítima por parte do PS”. Relembrou que “o PSD esteve sempre ao lado do Alto Minho para reduzir as portagens” e mostrou-se “muito contente por o PS, na voz de Marina Gonçalves, vir defender o fim das portagens na A28”.

Em matéria de Habitação, disse que “as casinhas continuam no papel” e que a solução é “não estigmatizar o mercado”. “A resposta tem de ser dada pelo setor da construção, por um Estado regulador e fiscalizador. Não é a estigmatizar quem investe. Não se pode dizer que é preciso fazer casas baratas, mas depois os terrenos que estão à venda serem terrenos cujo valor impossibilita logo fazer casas baratas”, atirou.

Relativamente ao campo da Saúde, defendeu que, “se a ULSAM tivesse 10 milhões por ano”, já poderia ter instalações novas, e que é preciso investir para haver melhores instalações e também mais médicos, pois só assim é que a descentralização poderá funcionar.

Eduardo Teixeira, do Chega, voltou a lembrar a perda de população no Alto Minho e lamentou o modo injusto como estão colocados os pórticos. “Quem vem do Porto para Viana é sempre depois; quem vai de Viana para o Porto é sempre antes… E o custo ao quilómetro é absolutamente desproporcional e prejudica toda uma região”, lamentou, assegurando que “há margem para isentar o pagamento” e apelando para que “Viana do Castelo não seja mais discriminada”.

Sobre a Habitação, o candidato do Chega defendeu que é preciso “reabilitar o que é do Estado” e considerou que se tem feito “muito pouco” para fixar os jovens na região. Criticou também o IMI e afirmou que uma solução para o crédito à habitação passa por “o Estado confortar o acesso dos jovens até aos 35 anos”.

Quanto à Saúde, salientou que não pode ser encarada como um luxo, que “o acesso a medicamentos comparticipados deve ser prioritário” e que tem de se investir mais na Unidade Local de Saúde, além de resolver de uma vez por todas os problemas em relação aos médicos de família. Disse ainda que está de acordo com a instalação do serviço de radioterapia e lamentou que “os contentores” sejam “o cartão de visita do Hospital de Viana”.

Marta Von Fridden, da Iniciativa Liberal, disse que o partido “não tem nada relacionado com o pórtico do Neiva” porque “a mobilidade do futuro” não passa pela rodovia, mas sim pela ferrovia. “Não podemos continuar a alimentar a narrativa de que queremos reduzir uma passagem numa portagem e a seguir penalizar o utilizador com mais impostos sobre os combustíveis”, atirou.

Para solucionar o problema da Habitação, a candidata liberal lembrou que “não é possível, com pouca oferta, ter preços baixos”, e que por isso há que “identificar os imóveis devolutos do Estado”, além de reduzir o IVA na nova construção de 23% para 6%.

Em termos de Saúde, Marta Von Fridden acredita que a resposta também está no setor privado e que tem de se acabar de vez com o “fundamentalismo ideológico” numa questão que “é tão urgente”.

Para Adriana Temporão, do Bloco de Esquerda, “o Alto Minho tem um défice muito grande de transportes” e por isso é importante “eliminar” os pórticos na A28, pois prejudicam os trabalhadores que diariamente têm de se deslocar ao Porto e que não têm uma alternativa válida em termos de transportes públicos.

Referiu ainda que “existe nova construção, mas o preço é inacessível até para quem trabalha”, com juros altíssimos, e defendeu que deve ser a própria Caixa Geral de Depósitos a contribuir para a resolução desse problema. “Se baixar os juros, as pessoas podem transferir o seu crédito para lá e a banca é obrigada a baixar juros. Isso levará a reduzir o impacto do crédito nas famílias”, crê.

Adriana Temporão destacou ainda a descentralização da oferta em termos de Saúde, a valorização das carreiras dos profissionais de saúde e a instalação do serviço de radioterapia em Viana do Castelo, pois “não é justo nem humano os pacientes terem de ir para o Porto ou para outras zonas”.

Celestino Ribeiro, candidato da CDU, criticou a posição da Iniciativa Liberal em relação aos pórticos e sublinhou que eles são para serem eliminados e “ponto final”, para “dar justiça a uma região que tem sido penalizada”.

Lembrou que Portugal é o quarto país da União Europeia onde o preço da habitação mais tem aumentado, mas que em contrapartida é o 17.º em termos de rendimentos. Acredita também que é preciso “aproveitar o património público” e “a banca ter um compromisso com as populações e os lucros excessivos serem usados para ajudar a pagar os créditos”.

Tiago Carvalho, do PAN, explicou que as principais propostas do partido são combater as alterações climáticas, resolver “o problema da mobilidade através de combustíveis fósseis” e também da “agricultura intensiva” que tem vindo a “destruir a biodiversidade”. Recordou que reduzir os passes dos transportes públicos vai contribuir para o menor uso dos transportes privados e que, para ajudar a solucionar a crise na Habitação, é preciso “agilizar os processos autárquicos, em termos de licenciamento”, “listar os prédios devolutos do Estado” e reduzir impostos para quem coloca as casas a arrendar. Defendeu ainda a utilização de casas modulares, dado que se trata de uma “construção mais sustentável” e “fácil de licenciar”.

No que toca à saúde, o número 3 da lista do PAN pelo Alto Minho concordou com a descentralização, mas questionou onde é que se vai buscar mais profissionais, admitindo a hipótese de se contratar estrangeiros como “solução temporária”. Colocou-se ao lado do Serviço Nacional de Saúde, ressaltou que não se pode proibir os médicos de exercerem também funções no privado e realçou a necessidade de um “serviço de atendimento permanente em todos os concelhos”.

Por fim, Gonçalo Pereira, do Livre, lembrou que “no distrito de Viana há 251 pessoas com 65 anos ou mais para cada 100 jovens”, falou sobre a importância de “pensar na ferrovia e em alternativas” ao uso dos transportes privados e “propôs benefícios às empresas que têm de utilizar as vias mais rápidas” como a A28.

Sobre a Habitação, o candidato mostrou uma folha de vencimentos atual que revela que ganha 739,38€ líquidos e que teve de adiantar duas rendas de 300 euros para conseguir um quarto em Viana do Castelo. “São 600 euros. Sobram-me 139,38€ para o resto do mês. Isto é a realidade de Viana”, lamentou, questionando ainda se os alto-minhotos se identificam com isto e acusando o PS e o PSD de serem os responsáveis por esta crise.

Quanto à Saúde, disse que “o Livre concorda que as unidades de saúde podem ter mais competências para minimizar a afluência aos hospitais”, mas que “tem de ser feito um investimento nas infraestruturas e nos hospitais”.

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