Estes são os resultados do estudo realizado no norte do país dentro das Unidades de Saúde Familiar e que analisou o uso de ecrãs em crianças entre os 12 meses e os cinco anos de idade. Ao mesmo tempo, os resultados demonstram que as crianças usam os equipamentos com bastante frequência à refeição ou para simples entretenimento e de forma bastante autónoma.
“Estes comportamentos, em idade pré-escolar, contribuem para que as crianças acabem por ver os equipamentos como um prolongamento de si mesmos e como forma de passar o tempo, tornando-se um hábito“, comenta Jorge Álvarez, CEO de SaveFamily.
“Compreendemos que as longas horas no trabalho por parte dos pais e o receio de deixar os mais pequenos brincarem na rua contribuam para esta situação, mas esta não pode ser a razão mais forte para tanto tempo de ecrã e tão precoce nos mais pequenos. É possível deixar os pequenos brincarem na rua ou estarem afastados dos pais e em segurança, sem ser necessário estarem agarrados a um ecrã“, acrescentou.
Os estudos mais recentes comprovam que este tipo de comportamentos, de horas longas ao ecrã, para além de levarem a problemas de visão em idades cada vez mais precoces, contribuem também para o desenvolvimento de problemas de linguagem, raciocínio e até atrasos nas aprendizagens.
A Organização Mundial da Saúde afirma que as crianças até ao um ano de idade não devem, sequer, ter qualquer tipo de contacto com os ecrãs, e entre os dois e os quatro anos o tempo de visualização deverá ser de apenas uma hora diária. Estas recomendações estão, pois, bem longe da realidade nacional e dos comportamentos das crianças em Portugal.