Este procedimento enquadra-se no âmbito da Intervenção Focal em Urologia e faz parte de um esforço contínuo para capacitar profissionais de saúde no uso de tecnologias inovadoras. A electroporação irreversível é uma técnica promissora e não térmica, utilizada para destruir células tumorais por meio da aplicação de pulsos elétricos, preservando os tecidos saudáveis adjacentes.
De acordo com dados recentes, o cancro da próstata é o mais prevalente nos homens em Portugal, com mais de 6 mil novos casos por ano, ultrapassando outros tumores como o do cólon e reto e do pulmão. Aproximadamente 90% dos casos são diagnosticados numa fase em que o tumor está localizado, o que favorece o sucesso dos tratamentos, em comparação com outros tipos de cancro.
Atualmente, existem várias opções terapêuticas para o cancro da próstata localizado, mas muitas apresentam efeitos colaterais significativos. Neste contexto, a Terapia Focal surgiu como uma alternativa que visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes sem comprometer o controlo da doença.
“Esta técnica, baseada na fusão de imagens de ressonância magnética e ecografia, preserva as funções urinária e sexual. Trata o cancro da próstata em 30 a 90 minutos através de uma abordagem minimamente invasiva, permitindo a alta no mesmo dia“, explica o médico.
“Agulhas (elétrodos) são introduzidas através do períneo, e entre cada par de agulhas gera-se um campo elétrico de alta intensidade que destrói as membranas celulares, sem necessidade de incisões, o que resulta num tempo de recuperação mais rápido e menos dor pós-operatória“, acrescenta.
Esta colaboração internacional marca mais um passo significativo na formação contínua dos profissionais de saúde e na aplicação de tecnologias de ponta para o tratamento de doenças urológicas, reforçando o papel da electroporação irreversível como uma técnica promissora no combate ao cancro da próstata.