Desse número, quase metade foi diagnosticado depois da pandemia de Covid-19.
Entre os problemas de saúde mental mais mencionados, segundo o estudo desenvolvido por Lara Guedes de Pinho, professora do Departamento de Enfermagem da Universidade de Évora e investigadora do CHRC, a ansiedade lidera com 19,4%, seguida da depressão com 13,3%.
O estudo revelou ainda que 38,9% dos estudantes sofrem de sintomas depressivos que variam de moderados a severos, com 7,2% a apresentar sintomas graves.
Lara Guedes de Pinho, que também desenvolveu o mesmo estudo em 2022, indicou que se mantém a tendência em 2023, mas com um ligeiro aumento na gravidade dos sintomas.
Acrescentou ainda que as universidades estão a tomar algumas medidas, nomeadamente com atividades promotoras da saúde mental e reforço do apoio psicológico aos estudantes, mas sublinhou que é necessário um reforço externo às universidades.
“Muitos dos problemas surgem antes da entrada para a universidade, pelo que devem ser tomadas medidas também no ensino básico e secundário, bem como haver uma estratégia de promoção da saúde mental desde a infância nos cuidados de saúde primários e nas escolas“, afirmou.
O estudo desvenda também que o sexo feminino e os estudantes de menor nível socioeconómico, especialmente aqueles que vivem deslocados, são os mais afetados.
Questionados sobre a quem recorreriam se necessitassem de ajuda, a maioria refere que conversaria com os amigos (75,4%), seguida de psicoterapia (40%). Só 26,4% dos alunos recorreriam ao aconselhamento psicológico oferecido pela universidade.