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11 Nov 2024

Cópia digital de “Camões” estreia-se esta semana em Portugal

Rádio Geice

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A Cinemateca Portuguesa comemora os 500 anos do nascimento da figura central na literatura clássica nacional com a estreia da cópia digital restaurada de CAMÕES (1946), realizado por Leitão de Barros.

Esta segunda-feira, 11 de novembro, o filme será exibido na Mostra de Cinema Português no Luxemburgo, numa iniciativa organizada pelo Camões – Centro Cultural Português no Luxemburgo, em parceria com os cinemas Kinepolis/Utopia e com a Cinémathèque de la Ville de Luxembourg.

No dia 14 de novembro, às 15:00 horas, no Cinema São Jorge, em Lisboa, terá lugar a sua estreia nacional no contexto do 18.º LEFFEST – Lisboa Film Festival. A sessão será seguida de debate e insere-se num programa especial comemorativo com várias atividades paralelas promovidas pelo Festival.

José Leitão de Barros nasceu no Porto, em 1896. Aos 22 anos, realiza os seus primeiros filmes, MALMEQUER e MAL DE ESPANHA. Considerado um percursor, consolida a sua reputação com a realização de MARIA DO MAR (1931), obra maior do cinema mudo, e com A SEVERA (1931), primeiro filme sonoro português. Realizou também filmes como LISBOA, CRÓNICA ANEDÓTICA (1930) e ALA-ARRIBA! (1942), marcando a cinematografia nacional do período do Estado Novo.

CAMÕES foi, até à época, a produção cinematográfica mais ambiciosa feita em Portugal. Como refere Félix Ribeiro, o filme representou “o maior esforço empreendido no campo da produção nacional, pelos meios humanos, materiais, técnicos e financeiros” que congregou. Na extensa equipa de atores, destacam-se nomes como António Vilar, Eunice Muñoz, Vasco Santana, João Villaret ou Carmen Dolores. CAMÕES formará, também, na obra de Leitão de Barros, o núcleo central da sua trilogia “poética”, começada com BOCAGE e encerrada em 1949 com VENDAVAL MARAVILHOSO sobre o poeta brasileiro Castro Alves. O filme é enviado, em representação nacional, ao primeiro Festival de Cannes que se realiza nesse ano de 1946.

Esta cópia resulta da digitalização 4K, por imersão em janela líquida, do negativo de câmara original de 35mm, complementado com um interpositivo síncrono de 35mm, materiais conservados pela Cinemateca. O som foi digitalizado a partir do negativo de som ótico original, complementado com outros materiais de época também conservados pela Cinemateca. A digitalização, o restauro digital da imagem e a correção de cor foram realizadas ao abrigo de uma parceria Cineric Portugal / Irmã Lúcia Efeitos Especiais, e o restauro digital do som foi feito pelo Estúdio BillyBoom, em 2024, usando uma cópia de época como referência.

Cópia digitalizada e restaurada pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema no âmbito do projeto FILMar, integrado no Mecanismo Europeu de Financiamento EEA Grants 2020-2024.

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