“O setor do Turismo é um fator diferenciador e criador de riqueza, pelo que temos trabalhado e investido nele com todo o cuidado e dedicação, por sabermos e reconhecermos o seu potencial”, assumiu o autarca vianense.
Luís Nobre considerou mesmo que o turismo “tem afirmado Viana do Castelo em termos nacionais e internacionais”, o que justifica em pleno a aposta que o município tem feito na promoção do território.
O vice-presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, José Cancela Moura, assegurou que “assinar estes protocolos representa uma grande responsabilidade perante estes recursos endógenos e perante a preservação destes espaços”.
“O turismo industrial é uma nova forma de fazer turismo que vem valorizar os produtos endógenos e o saber-fazer. O Navio Gil Eannes, por exemplo, está no Top 10 nacional do turismo industrial, com cerca de 87 mil visitantes por ano”, realçou o representante da TPNP.
“Viana do Castelo é um exemplo que deve ser replicado e que contribui decisivamente para a afirmação do Porto e Norte em todos os setores, nomeadamente no setor turístico”, distinguiu Cancela Moura.
O Presidente da Junta de Freguesia de Vila de Punhe, António Costa, explicou que o Moinho do Inácio e o Museu do Mel e do Caulino representam “produtos endógenos que se destacam no Vale do Neiva”, afirmando que os dois espaços “permitem uma ligação profunda entre o passado e o presente”, pelo que considerou “uma honra e um orgulho” integrar a Rede Portuguesa de Turismo Industrial, o que vai permitir “potenciar o território em termos turísticos, económicos, culturais e sociais”.
A Estratégia Turismo 2027 enquadra a estruturação da oferta de Turismo Industrial como um novo produto turístico, capaz de reforçar a atratividade dos territórios, valorizar os produtos, os processos produtivos e o saber-fazer nacionais, e captar o interesse da procura turística nacional e internacional, ao longo de todo o ano.
Nesse contexto, os protocolos de colaboração agora firmados visam confirmar o interesse e empenho das partes na implementação das boas práticas e critérios de conformidade associados aos serviços de Turismo Industrial, de acordo com o Guia de Boas Práticas desenvolvido pelo Grupo Dinamizador da Rede Portuguesa de Turismo Industrial.
Confirmam também o empenho da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal e do Município de Viana do Castelo em apoiar, no que for possível, o trabalho de qualificação e promoção dos serviços de Turismo Industrial. Confirmam ainda a disponibilidade dos parceiros Moinho do Inácio e Museu do Mel e do Caulino em colaborar com a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal e o Município e outros parceiros de Turismo Industrial no desenvolvimento de iniciativas que concorram para a estruturação e promoção da rede regional e nacional, sempre que tal for possível, entre outros objetivos.
Até ao ano de 2013, o Moinho do Inácio era uma valência em ruínas, em posse de um particular. Nesse ano, através de um protocolo de cedência e de uma escritura de usucapião, passou a integrar o património da Junta de Freguesia, que, através do apoio técnico prestado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, apresentou uma candidatura ao PRODER (gerido pela ADRIL), tendo a mesma sido aprovada e permitido que este espaço tenha as características e usos atuais.
Situado na rua das Boucinhas, o antigo edifício/engenho de rodízio, conhecido por Moinho do Inácio, já funcionava em 1837. Na posse da autarquia, foi restaurado e inaugurado a 4 de outubro de 2014. Está, assim, aberto ao público, com visitas mediante marcação.
Já o Museu do Mel e do Caulino surgiu em maio de 2021, resultado de um investimento do município vianense. Estando sob a gestão da Junta de Freguesia, que cedeu o espaço, é visitável, por marcação.
Na Porta do Neiva do Geoparque de Viana do Castelo é explorado o tema “Do Mel ao Caulino”, dois produtos endógenos que se destacam no Vale do Neiva interligados entre si pelo simbolismo hexagonal. Os visitantes podem explorar o património identitário da margem esquerda da Ribeira Lima e ainda conhecer o vasto património natural e cultural patente na área territorial de Viana do Castelo neste espaço expositivo que se divide em duas alas: a ala do mel onde se pode observar os vários utensílios usados pelos apicultores, conhecer os diferentes produtos extraídos da colmeia e fazer prova de mel; e a ala dedicada ao caulino, onde são apresentados testemunhos da exploração e das aplicações deste barro especial.
Em Viana do Castelo, já integravam a Rede Nacional de Turismo Industrial o navio-hospital Gil Eannes, a Rota da Cerâmica de Alvarães/Fornos Telheiros e o Moinho de Maré – Azenhas de D. Prior.
O Navio Hospital Gil Eannes é considerado um símbolo vivo da construção naval e do apoio à frota bacalhoeira da pesca à linha, assumindo-se como o museu mais visitado da cidade. Ao longo dos seus anos enquanto navio-hospital, teve a importante missão de apoiar a frota bacalhoeira nos mares da Terra Nova e Gronelândia. Embora a sua principal função fosse prestar assistência hospitalar a pescadores e tripulantes, o Gil Eannes foi navio capitania, navio correio, navio rebocador e quebra-gelo, garantindo abastecimento de mantimentos, redes, isco e combustível aos navios da pesca do bacalhau.
Já a história do fabrico de materiais cerâmicos na freguesia de Alvarães, que remonta ao século XVI, e os seus Fornos de Telheiros que se inserem na Rota da Cerâmica da freguesia, são também parte da rede nacional do Turismo Industrial. O percurso interpretativo tem uma extensão de 15,6 quilómetros e passa por 13 pontos de interesse industrial, cultural e ambiental, destacando-se o forno telheiro de Alvarães que foi construído na primeira metade do século XX e está classificado pelo Instituto Português de Arqueologia.
No âmbito do Programa Polis, foi possível criar um Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental a partir da recuperação do único exemplar de Moinho de Maré no concelho, conhecido como Azenhas de D. Prior. Sabe-se que este moinho foi mandado construir pelo Abade de Lobrigos, no início do século XIX, para o abastecimento de farinha à cidade. No início de XX, o comerciante Jules Deveze substituiu o mecanismo de madeira por outro de ferro, que é o que podemos ver hoje. Deixou de funcionar nos anos 30.