O objetivo da deslocação “foi avaliar, no terreno, os impactos da crescente expansão da energia eólica offshore ao longo da costa portuguesa”.
No final da visita, António Tânger Corrêa, eurodeputado promotor da visita, declarou ser “mais do que evidente o prejuízo que as eólicas offshore constituem para as comunidades pesqueiras, a pesca, a natureza e também para todas as atividades socioeconómicas relacionadas com o mar, como o turismo”.
A visita teve início na Marina de Viana do Castelo, com uma saída de embarcação às estruturas flutuantes do WindFloat Atlantic, infraestrutura que, segundo as associações de pescadores “representa uma ameaça real à biodiversidade marinha e compromete a sustentabilidade económica das comunidades costeiras que dependem da pesca.” Contudo, a viagem foi interrompida após a entrada no mar, devido às condições marítimas adversas, por uma questão de segurança da tripulação.
A delegação reuniu-se também nas instalações da Ocean Winds, entidade responsável pelo projeto, para uma apresentação técnica onde foram debatidos os desafios da conciliação entre desenvolvimento tecnológico e a proteção das economias locais. Para António Tânger Corrêa essa compatibilização não está a ser assegurada, considerando “evidente a imposição de uma agenda energética centralizada, alheia às especificidades territoriais e à realidade das populações afetadas”.
Mais tarde, teve lugar um encontro com representantes da Vianapescas, da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora, Associação Pra Maior Segurança dos Homens do Mar (APMSHM), Associação de Armadores da Pesca Norte (AAPN), Associação Produtores de Pesca do Litoral Norte (APPLN) e Apropesca, durante o qual foram partilhadas preocupações sobre a perda progressiva de zonas de pesca, os impactos ambientais das turbinas eólicas e a falta de diálogo com as autoridades nacionais e europeias.
“Esta missão integra o compromisso do grupo Patriotas pela Europa em colocar as pessoas em primeiro lugar, recusando uma transição energética feita à custa de quem vive do mar. A defesa da soberania marítima e alimentar de Portugal exige políticas energéticas equilibradas, que respeitem os territórios, valorizem o saber local e assegurem uma verdadeira preservação ambiental”, refere António Tânger Corrêa.