A segunda edição da Semana Imersiva do Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), inserida no âmbito do PIP – Projeto de Inovação Pedagógica, define-se como uma mudança de paradigma no ensino superior.
Desenvolvida no âmbito do PRR-Baits, esta iniciativa, única e pioneira a nível nacional e internacional, que juntou estudantes e docentes das seis Escolas Superiores do Politécnico de Viana do Castelo, para, em conjunto, trabalhar em respostas concretas a desafios da região, num processo rico e interdisciplinar.
Através de uma abordagem baseada no design thinking, em ambientes colaborativos e com forte ligação a entidades externas, como empresas, associações e entidades autárquicas, os participantes mergulharam num autêntico “laboratório vivo” em Arcos de Valdevez, onde testaram soluções e criaram protótipos de soluções para desafios reais.
O resultado? Projetos que ajudam a responder, por exemplo, ao desemprego entre pessoas com mais de 55 anos e formação superior, a uma necessidade de melhoria do marketing e a uma aposta mais vincada no marketing digital para promoção das atividades desenvolvidas no âmbito da recuperação e valorização do património material e imaterial da Porta do Mezio no Parque da Peneda-Gerês, estratégias de valorização de produtos locais como o Vinho Verde, entre muitos outros projetos e desafios lançados ao Politécnico de Viana do Castelo.
“A semana imersiva tem um impacto muito, muito grande nos estudantes, nos professores e no território. Notámos um verdadeiro ‘boost’ de motivação. Os estudantes estavam fora da sala de aula, num terreno fértil de ideias, a comunicar com empresas, a receber inputs daquilo que estavam a apresentar. Queremos pessoas felizes a aprender. E vimos isso: estudantes felizes a aprender, professores felizes a ensinar. Esta semana imersiva só foi possível com a total colaboração do município dos Arcos de Valdevez, a quem agradecemos todo o apoio”, sublinha Ana Teresa Oliveira, pró-presidente do IPVC para a Inovação Pedagógica.
Organizada de forma progressiva, a semana permitiu uma evolução constante dos projetos e das equipas. “Foi tudo pensado numa lógica de prototipagem, desenvolvimento de ideias e organização rigorosa das tarefas. Os estudantes viram as suas ideias ganharem forma, o que lhes deu ainda mais motivação para continuar”, refere Ana Teresa Oliveira.
“Todas as equipas trabalharam imenso. Quando usavam o telemóvel, por exemplo, era para pesquisar, para construir. E isso é o que queremos: colocá-los felizes a aprender”, acrescenta a responsável.
Com o envolvimento ativo dos parceiros locais, os estudantes puderam receber feedback dos trabalhos e das propostas apresentadas e avançam para a fase final de desenvolvimento dos projetos, com apresentação marcada para início de junho, momento em que também serão atribuídos prémios de reconhecimento e incentivo.
O Politécnico de Viana do Castelo já prepara a próxima edição da Semana Imersiva, que irá decorrer no próximo ano letivo, tendo como palco mais um município do Alto Minho. Ana Teresa Oliveira diz ainda que este modelo está em análise, com o propósito de ser estudada a sua extensão para doutorandos e docentes do Politécnico, num reforço contínuo da transformação pedagógica. “A inovação pedagógica é transformar a forma como se ensina e aprende. E isso acontece quando criamos experiências de aprendizagem motivadoras. É isso que a Semana Imersiva faz”, conclui.