Na sua dissertação de mestrado, Aurora Vasconcelos desenvolveu uma proposta baseada no modelo de Zero Trust, com aplicação às redes académicas nacionais de ensino e investigação (NRENs). A ideia destacou-se entre dezenas de candidaturas e foi selecionada como uma das cinco finalistas do Future Talent Programme (FTP), promovido pela GEANT, a principal organização europeia dedicada à inovação digital no ensino superior.
A jovem estudante, de 24 anos, teve assim a oportunidade de apresentar o seu projeto na TNC25, a maior conferência anual sobre redes académicas e científicas, que este ano decorreu em Brighton, no Reino Unido. O evento reuniu cerca de 900 profissionais de 80 países e proporcionou a Aurora Vasconcelos uma experiência única de partilha, networking e visibilidade internacional.
A participação na TNC25 aconteceu no âmbito das Lightning Talks, um desafio anual promovido em Portugal pela FCCN, unidade da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), dirigido a estudantes do ensino superior com interesse em apresentar ideias inovadoras no contexto da educação e investigação em rede.
Mestrado em Cibersegurança, um “passo lógico” para Aurora Vasconcelos
Com formação de base em Comunicação e Multimédia e experiência na área de desenvolvimento web, sentia necessidade de adquirir competências técnicas que lhe permitissem desenvolver produtos mais seguros. “O mestrado em Cibersegurança foi o passo lógico. Deu-me as ferramentas para crescer enquanto profissional e aprofundar um conhecimento cada vez mais essencial, tanto no setor tecnológico como na vida quotidiana.”
A estudante sublinha o caráter prático e aplicável do curso e a proximidade com o setor: “O plano curricular é completo e muito focado nas necessidades reais do mercado. O corpo docente é constituído por profissionais com experiência, que nos trazem casos concretos e uma visão atualizada da cibersegurança.” Outro aspeto valorizado é a flexibilidade: “O facto de ter horário pós-laboral foi essencial para poder conciliar a minha atividade profissional com a frequência do curso.”
Uma mulher num mundo ainda de homens
Na conferência, a estudante foi a única mulher entre os cinco finalistas do programa internacional. “Na TNC, tive a oportunidade de conhecer mulheres que já se encontram a exercer na área onde aspiro trabalhar e aprender sobre o seu percurso. Isso ajudou a atenuar a ‘síndrome de impostor’ que, muitas vezes, sentimos quando estamos em minoria”, afirma.
A apresentação, intitulada “Zero Trust for NRENs: because even your network lies”, defende o uso de inteligência artificial para analisar riscos contextuais e aumentar a segurança digital das redes académicas. Com base na lógica “nunca confie, verifique sempre”, a proposta visa promover uma abordagem mais proativa à proteção de dados. “O mestrado foi fundamental para o desenvolvimento desta proposta. Foi lá que encontrei o enquadramento técnico e académico necessário para transformar uma ideia em projeto real”, explica.
Formação prática e visão aplicada
Para além do apoio dos seus orientadores e da equipa da FCCN-FCT, Aurora Vasconcelos integrou um programa de mentoria promovido pela organização da conferência, com foco no desenvolvimento de competências de comunicação: desde técnicas de oratória e respiração até à simplificação de conceitos técnicos para uma audiência multidisciplinar. “A experiência foi extraordinária. Permitiu-me desenvolver competências que dificilmente teria adquirido noutro contexto e criar uma rede de contactos que será certamente relevante para o meu futuro profissional.”
Cibersegurança como caminho do presente e para o futuro
Licenciada em Comunicação e Multimédia, a estudante já trabalhava na área de desenvolvimento web quando decidiu aprofundar os seus conhecimentos técnicos. “Sentia necessidade de criar produtos mais robustos e seguros. O mestrado em Cibersegurança foi o passo lógico.”
Natural de Vila Real e atualmente a residir em Portimão, valoriza especialmente o caráter prático do curso e a proximidade do corpo docente com a realidade do setor: “Temos acesso a professores com experiência no terreno, um plano curricular abrangente e um horário pós-laboral que me permite conciliar com a vida profissional.”
Convicta de que a cibersegurança será cada vez mais central em todas as áreas tecnológicas, Aurora quer continuar a aplicar os conhecimentos adquiridos em projetos com impacto. “A cibersegurança passou a fazer parte do meu ADN profissional. Quero continuar a desenvolver soluções digitais seguras, com impacto real. Esta experiência internacional só veio reforçar esse caminho.”