Prepare-se para um mês de agosto significativamente mais quente do que o habitual. As previsões da Meteored Portugal (tempo.pt) indicam que o último mês do verão climatológico arrancará em plena onda de calor, com temperaturas que se manterão substancialmente acima da média durante grande parte do mês.
De acordo com Alfredo Graça, geógrafo e editor-chefe da Meteored, os mapas do modelo de referência europeu (ECMWF) revelam “tendências preocupantes”. A previsão aponta para a continuidade do tempo quente da reta final de julho, com a possibilidade de o calor extremo se prolongar por um período significativo.
Concretamente, os mapas indicam anomalias térmicas positivas, ou seja, temperaturas acima do normal, de 3 a 6 °C em quase toda a região Norte, Centro e Alentejo. Esta tendência deverá manter-se, pelo menos, até ao dia 11 de agosto. Para os distritos de Lisboa, Setúbal, Beja, Faro, Bragança e para o litoral de Coimbra e Leiria, as anomalias previstas são também elevadas, mas mais moderadas, situando-se entre 1 e 3 °C acima da média. Nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, o calor será mais suave, com anomalias de até 1 °C acima do normal.
Face a este cenário, Alfredo Graça aconselha “muita cautela com o tempo quente das próximas semanas”. O especialista alerta não só para os riscos que as altas temperaturas representam para a saúde pública, mas também para o consequente “agravamento do risco de incêndios florestais”.
No que diz respeito à precipitação, a previsão aponta para um agosto tendencialmente seco no continente, o que está em linha com o que é normal para esta época do ano. Os mapas não mostram anomalias significativas, embora se vislumbrem algumas anomalias ligeiramente secas. Para os Açores e a Madeira, pelo contrário, perspetivam-se algumas anomalias húmidas.
No entanto, o geógrafo salienta que a ausência de chuva generalizada não descarta a possibilidade de fenómenos meteorológicos extremos. “A chuva no verão é proveniente, maioritariamente, do tipo convectivo (aguaceiros esporádicos, ocasionalmente intensos e irregulares na distribuição geográfica, potencialmente acompanhados de trovoada e por vezes sob a forma de granizo)”, explica. Assim, um único episódio de trovoada pode alterar substancialmente os valores de precipitação acumulada do mês.