Um diagnóstico preocupante marcou a visita técnica de autoridades portuguesas e galegas ao troço internacional do Rio Minho na passada sexta-feira. O assoreamento crescente, a proliferação de espécies invasoras e, acima de tudo, um “vazio de poder” na gestão do rio foram identificados como ameaças diretas à sua sustentabilidade, exigindo uma resposta coordenada e imediata.
Na reunião, que juntou figuras como a Vice-Presidente da CCDR-Norte, Célia Ramos, e representantes do AECT Rio Minho e municípios de ambas as margens, o consenso foi claro: a ausência de uma entidade única com poder de decisão está a agravar problemas que se arrastam há anos.
Entre os desafios mais urgentes está o assoreamento, que, conforme alertou o Capitão do Porto de Caminha, Fernando Vieira Pereira, já compromete a segurança da navegação. A este problema juntam-se as variações de caudal e o avanço de espécies infestantes, que ameaçam a biodiversidade e as atividades económicas que dependem do rio, como a pesca.
Procura-se uma Solução Integrada
Face à gravidade da situação, a Vice-Presidente da CCDR-Norte defendeu a necessidade de um estudo aprofundado que culmine num plano de ação conjunto.
Assumindo a liderança neste processo, o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Rio Minho, através do seu diretor, José Manuel Vaz Carpinteira, reforçou o seu empenho em encontrar uma solução. “Este trabalho é essencial para que o Rio Minho não continue a ser um território sem uma governação clara, mas sim um exemplo de cooperação eficaz”, afirmou, garantindo que o agrupamento está em contacto com autoridades nacionais e regionais para construir uma estratégia conjunta.
A visita terminou com um sentido de urgência e o compromisso renovado do AECT Rio Minho em continuar a diligenciar junto de Portugal e Espanha para que, finalmente, se estabeleça um modelo de gestão que assegure a proteção e valorização deste património natural partilhado.