Após seis dias de uma batalha exigente e implacável, os mais de 600 operacionais que combateram o fogo em Lindoso conseguiram dominar as frentes ativas. A estabilização do incêndio permitiu que os cerca de 60 residentes das aldeias de Sobredo e Paradela, retirados na noite de quinta-feira como medida de segurança, pudessem voltar às suas habitações.
O fogo, descrito pelo presidente da Câmara de Ponte da Barca, Augusto Marinho, como de uma instabilidade “nunca vista”, deixou um rasto de destruição superior a 7.000 hectares numa área de incalculável valor ecológico. A violência das chamas e a densa nuvem de fumo foram sentidas em vários concelhos do Minho, num cenário que causou alarme em toda a região.
Durante as operações, cerca de 20 pessoas, na sua maioria bombeiros e outros agentes de proteção civil, sofreram ferimentos ligeiros.
Apesar da boa notícia da estabilização, as autoridades mantêm a cautela. O comandante operacional, Marco Domingues, alertou que não se pode “baixar a guarda” devido à imprevisibilidade do incêndio. Os trabalhos no terreno continuam agora focados na fase de rescaldo e vigilância ativa, uma operação que se prevê complexa e demorada, para garantir que não ocorrem reacendimentos numa zona que ficará para sempre marcada pela profunda cicatriz deixada por este incêndio.