O movimento manifesta “profundo pesar em verificar que a organização se preocupa em internacionalizar a tradição, como se se tratasse de um desfile carnavalesco, ao invés de preservar a cultura impregnada em cada traje e cada peça de ouro das mulheres vianenses”.
“O nosso movimento é composto por mulheres diversas, algumas que conseguiram inscrever-se e outras que não tiveram essa oportunidade. Estamos unidas por um propósito comum: a defesa do nosso lugar numa tradição que nos pertence”, afirmam.
O Somos Todas Mordomia recorda que as inscrições “abriram à meia-noite do dia 16 de junho, com um limite de mil vagas”.
“Para surpresa geral, esgotaram-se em pouco mais de 48 horas. Muitas vianenses tentaram inscrever-se no dia 18, terceiro dia do processo (que deveria estender-se até 30 de junho), e depararam-se com o encerramento antecipado das inscrições. A comunicação oficial das inscrições encerradas surgiu apenas às 21:00 desse mesmo dia, gerando frustração e indignação entre quem, de boa fé, contava ainda poder participar”, relatam.
Por outro lado, “no dia 16 de julho, pelas 20h00, foram abertas 32 vagas adicionais”, permanecendo “por esclarecer como foram preenchidas, sendo que algumas mulheres conseguiram efetuar a inscrição, outras relataram falhas técnicas no sistema, sem qualquer resposta ou compensação por parte da organização”.
O grupo lembra que foram as vianenses “que asseguraram que a tradição vianense se perpetuasse até ao presente, com a participação num desfile que outrora não era tão apetecível e cuja participação foi mendigada pela organização durante muitos anos”.
“São as mesmas mulheres que agora exigem reconhecimento e respeito, pois participaram todos os anos de forma fiel, quando a organização pedia a participação para fazer número, e agora são descartadas porque os “números” que a organização almejava já se encontravam atingidos, não se preocupando essa mesma organização com quem teria preenchido tais vagas”, dizem.