Um encontro de fim de tarde em ambiente aberto, em que foram tratados temas de campanha, mas em que a situação de Mariana Mortágua e dos outros ativistas defensores dos direitos humanos que enfrentaram os abusos do poder israelita em defesa de condições para a comunidade internacional poder prestar ajuda humanitária efectiva ao povo palestiniano também foi tema, a merecer veementes palavras de solidariedade por parte de Louçã e apoio inequívoco de todos.
Ao debate autárquico, o histórico do Bloco, acrescentou a sua visão e conhecimento sobre experiências europeias de resposta a problemas de habitação. Deu um ênfase especial ao caso de Amesterdão, considerando-o bem sucedido no modo como corresponde às necessidades de pessoas com diferentes rendimentos, idades e fases de vida. Amesterdão tem adoptado um conjunto de políticas ousadas de combate à especulação, para garantir o acesso à habitação com preços justos e programas socialmente acessíveis estratificados de acordo com as diversas realidades.
A candidata do Bloco à Assembleia Municipal de Viana do Castelo, Ana Forte, trouxe para a conversa a participação política dos jovens, sustentando que precisamos de uma transformação que também passa pelos jovens deixarem de ser apenas espectadores e passarem a ser parte integrante. Porque a política não pode ser um palco distante, mas uma ferramenta que lhes pertence, capaz de mudar a sua vida, a sua comunidade e o seu futuro. Os jovens são a energia que pode romper com a resignação, são a força que pode enfrentar os interesses instalados e abrir caminho a novas soluções, na opinião da candidata bloquista, que apelou a maior espaço de participação para os jovens, com mais presença nas mesas de decisão, nos orçamentos participativos, nas assembleias locais, nos movimentos que lutam todos os dias por uma sociedade mais justa.
O candidato à Câmara Municipal, Carlos da Torre, introduziu uma reflexão sobre como enfrentar a crescente degradação do debate político. Com a extrema direita a mobilizar o ódio e o retrocesso em todos os níveis de poder. E argumentou que “por muito irracionais que consideremos os seus argumentos, por muita crueldade social a espreitar nas suas intenções reais, por muito contraditórias que nos pareçam as suas propostas, eles têm poderosos apoios de quem os quer ao seu serviço, cavalgam um populismo eficaz para o seu propósito e vão minando toda a vida democrática, se não os soubermos travar.”
Carlos da Torre considerou que este combate não deve tolher a participação cívica em todas as suas dimensões. Defende que, pelo contrário, torna mais urgente a necessidade de aprofundar a democracia local. Aos que querem degradar o mais possível a democracia para a destruir, a resposta tem que ser aprofundá-la, torná-la mais efetiva, mais capaz de resolver os problemas das pessoas e de se reinventar na transparência, na participação e na clareza das estratégias e das concretizações.