Na plateia estavam familiares emocionados, colegas atentos e docentes orgulhosos. No palco, estavam as quatro estudantes do 2.º ano do curso de licenciatura em Engenharia Mecatrónica, Edite Alves, Rita Martins, Sofia Peixoto e Inês Pereira que iriam apresentar o projeto que venceu o desafio lançado pela Fundação EDP, depois de meses de trabalho e dedicação: uma paragem energeticamente autónoma, alimentada por painéis solares, equipada com sistema de recolha de águas pluviais para rega, carregadores para dispositivos móveis e até uma bicicleta fixa geradora de energia.
“Chegar ao dia de hoje e ter o nosso protótipo aqui é uma realização enorme. Mostra que somos capazes de transformar ideias em algo real, útil e sustentável”, começou por dizer, ainda emocionada, Edite Alves. “O projeto está aqui, é nosso, é da Escola e de todos os alunos, mas queremos levar esta paragem mais longe. Vamos estudar agora a sua viabilidade económica para que possa ser apresentado e, desejamos nós, implementado em Viana do Castelo, mas também noutras cidades. Acreditamos que podemos mudar, viver de uma forma mais sustentável e agradável. E é isso que este projeto nos mostra”, remata a estudante.
Este projeto “cruza três dimensões essenciais: sustentabilidade, mobilidade e design, e traduz de forma exemplar a missão do IPVC de criar valor para a comunidade” – Pró-presidente do IPVC, António Curado
Já o pró-presidente do Politécnico de Viana do Castelo para a Sustentabilidade e Património, António Curado, destacou o simbolismo do projeto, que “cruza três dimensões essenciais: sustentabilidade, mobilidade e design, e traduz de forma exemplar a missão do IPVC de criar valor para a comunidade”.
António Curado sublinhou ainda “a relevância de ver quatro mulheres a vencer num curso de engenharia, numa área central para o desenvolvimento tecnológico e social do país. A questão da CTEAM – Science, Technology, Engineering e Mathematics são centrais e vermos aqui quatro mulheres a apostarem em áreas de ciência e tecnologia, que são áreas absolutamente estruturantes para o desenvolvimento do país e da região.”
Este foi o projeto, de todos a nível nacional, aquele que mais nos surpreendeu” – Fundação EDP, Rosa Amado
Da parte da Fundação EDP, Rosa Amado explicou que o concurso Escola da Energia foi pensado precisamente para provocar novas ideias: “Queríamos desafiar os estudantes a pensarem em soluções concretas para uma transição energética mais justa. Este projeto das estudantes do Politécnico de Viana do Castelo é o exemplo perfeito de como a academia pode gerar impacto real e inspirar outros jovens a tirar as suas ideias do papel. Este foi o projeto, de todos a nível nacional, aquele que mais nos surpreendeu. E é tão extraordinário quanto simples.”
Para Mafalda Lopes Laranjo, diretora da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana do Castelo, o orgulho era evidente: “Enquanto instituição politécnica, a nossa missão é transformar conhecimento em soluções concretas. Ver um projeto académico ganhar forma, ser premiado e agora apresentado como protótipo funcional é o reflexo daquilo que mais valorizamos: um ensino aplicado, colaborativo e com propósito.”
Durante a sessão, a diretora lançou ainda o desafio à Câmara Municipal de Viana do Castelo para estudar a possibilidade de implementação do modelo no concelho. A acompanhar a sessão de apresentação, a vereadora do Município de Viana do Castelo, Fabíola Oliveira, reconheceu o valor da proposta e defendeu que projetos como “Energia com Propósito” contribuem para “a melhoria da qualidade de vida nas cidades. É fundamental que estas ideias se tornem realidade e que sirvam de exemplo para um futuro mais sustentável.”
O protótipo “Energia com Propósito” fica agora instalado na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana do Castelo, como símbolo da criatividade e da capacidade inovadora das novas gerações de engenheiras e engenheiros formados na instituição.