As escavações revelaram muros e alicerces do antigo Mosteiro de S. Bento, cuja existência já era conhecida.
“Tudo o que acontece no subsolo do nosso centro histórico tem impacto e exige cuidados. Já sabíamos que poderiam surgir vestígios e é isso que está a ser interpretado em articulação com os serviços de Arqueologia e com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte”, afirmou Luís Nobre aos jornalistas, à margem da última reunião do executivo.
“Nada disso impede, para já, a dinâmica da obra, porque o espaço de intervenção é suficientemente amplo”, assegurou.
O autarca acrescentou que os vestígios foram encontrados no parque de estacionamento, à superfície, que existia nas traseiras do prédio Coutinho.
“Esta semana, os serviços de arqueologia da autarquia e da CCDRN voltam ao terreno. Vão tomar decisões sobre o que foi feito e começar a definir uma estratégia relativamente ao que vai acontecer no futuro. Se há ou não necessidade de proteger, se há que apenas registar e voltar a cobrir”, disse.
A construção do novo Mercado Municipal, orçada em 13,3 milhões de euros, está a cargo da empresa bracarense Arlo S.A., especializada em construção civil, obras públicas e reabilitação.
O contrato e a adjudicação do projeto foram aprovados em reunião extraordinária do executivo municipal em junho. O plano contempla não só a construção do edifício principal, a erguer no local do antigo Edifício Jardim — também conhecido como Prédio Coutinho —, como também a reabilitação da área envolvente, considerada complementar à execução do mercado.
Segundo o município, a intervenção visa revitalizar o centro histórico, fixar população, dinamizar a atividade económica e reforçar a atratividade turística e cultural. A requalificação urbana associada ao projeto deverá ainda contribuir para a valorização do património construído.
O antigo Prédio Coutinho foi demolido em 2022.