Com o desafio de colocar a literacia em saúde no centro das políticas públicas e das práticas profissionais, a Escola Superior de Saúde do Politécnico de Viana do Castelo (ESS-IPVC) acolhe ao longo do dia de hoje o II Encontro Nacional da Rede Académica de Literacia em Saúde. A iniciativa junta especialistas, docentes e investigadores para refletir sobre o papel da educação, da investigação e da cooperação académica na construção de comunidades mais informadas, autónomas e saudáveis.
“A literacia em saúde é hoje um dos pilares fundamentais para a promoção da autonomia, da equidade e da qualidade de vida das populações. Estamos perante um domínio que ultrapassa fronteiras disciplinares e exige uma abordagem colaborativa, multidimensional e centrada na pessoa”, afirmou o presidente do Politécnico de Viana do Castelo, Carlos Rodrigues, na sessão de abertura do II Encontro Nacional da Rede Académica de Literacia em Saúde, que decorre ao longo do dia de hoje na Escola Superior de Saúde (ESS-IPVC), sublinhando que “melhorar a literacia em saúde é simultaneamente um imperativo ético e uma estratégia de saúde pública essencial”.
Organizado pela ESS-IPVC e pela Rede Académica de Literacia em Saúde (RALS), o encontro tem como propósito promover o debate em torno da importância da literacia como ferramenta de transformação social, aproximando o conhecimento científico das necessidades reais das pessoas e das comunidades.
O diretor da Escola Superior de Saúde do IPVC, Luís Graça, destacou que “a teoria da promoção da saúde está bastante consolidada, mas ainda há muito caminho a fazer nas estratégias de intervenção e avaliação”, defendendo que é necessário “criar políticas e ambientes favoráveis à saúde, investir no empoderamento pessoal e social e reorientar as práticas profissionais”. Luís Graça afirmou ainda que uma instituição de ensino superior é assume um papel “essencial nas equipas e na construção de um trabalho transdisciplinar.”
Já Ana Rita Pedro, cocoordenadora da Rede Académica de Literacia em Saúde, reforçou que “vivemos numa era marcada pela abundância de informação, mas também pela complexidade da sua interpretação”. Afirmando que a literacia em saúde é hoje “uma necessidade urgente”, que permite “compreender, avaliar e utilizar a informação em saúde de forma consciente, crítica e autónoma”, Ana Rita Pedro reiterou que “pessoas mais informadas tomam decisões mais seguras, vivem com mais qualidade e participam de forma ativa nos seus cuidados e nas suas comunidades”.
A cocoordenadora da RALS sublinhou, ainda, a importância da colaboração académica e do impacto comunitário: “O conhecimento só tem verdadeiro valor quando é colocado ao serviço das pessoas, quando chega às escolas, aos centros de saúde, às famílias e às comunidades.”
A rematar a sessão de abertura, o vereador da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Ricardo Rego, enalteceu a importância da temática, felicitando o IPVC pelo acolhimento da iniciativa e aproveitando a ocasião para recordar que Viana do Castelo será palco, de 19 e 23 de junho de 2026, da Reunião Anual da Rede Europeia de Cidades Saudáveis da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Encontro Nacional da Rede Académica de Literacia em Saúde reúne profissionais de saúde, investigadores, autarcas e representantes de instituições de ensino superior de todo o país. A iniciativa pretende consolidar o diálogo entre academia, setor público e comunidade, reforçando o papel do Politécnico de Viana do Castelo na formação de profissionais e na promoção de uma sociedade mais informada, participativa e saudável.