Bruna Meira, de 33 anos, destacou-se na 5.ª edição do Prémio Maria de Sousa com o projeto “FOSI: Compreender os mecanismos de freezing da marcha usando a estimulação cerebral profunda”, desenvolvido no Champalimaud Centre for the Unknown, na unidade de Neuropsiquiatria. O seu trabalho visa explicar por que motivo algumas pessoas com doença de Parkinson deixam de conseguir dar um passo em frente, mesmo quando desejam andar, fenómeno conhecido como freezing da marcha.
A investigação de Bruna Meira inclui testes a diferentes formas de estimulação cerebral profunda, um tratamento que atua como um marcapasso para o cérebro e que pode ajudar a controlar os sintomas da doença. O objetivo é entender como essa estimulação influencia a marcha e a atividade elétrica cerebral, para melhorar a eficácia do tratamento e sua adaptação aos diferentes casos clínicos. O estudo envolve ainda um estágio na Neurological Clinic and Polyclinic do Wrzburg University Hospital, na Alemanha.
Além do seu trabalho científico, Bruna Meira exerce atividade clínica no Hospital Egas Moniz (ULS Lisboa Ocidental), onde se dedica ao atendimento de doentes com doenças do movimento e terapêuticas avançadas na Doença de Parkinson, reforçando a ligação entre investigação e prática médica.

O Prémio Maria de Sousa distingue jovens investigadores portugueses até aos 35 anos, apoiando projetos de excelência na área das ciências da saúde com uma componente inovadora e impacto social significativo. A cerimónia de entrega decorreu na Ordem dos Médicos, em Lisboa, diante de convidados e personalidades do meio científico.
Este reconhecimento destaca o talento e a relevância do trabalho de Bruna Meira no panorama nacional e internacional da investigação em neurologia, contribuindo para avanços que prometem melhorar a qualidade de vida de pessoas com Parkinson e outras doenças neurodegenerativas.