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Há 2 horas

Viana indica “absoluta determinação” de reafirmar maritimidade como “força do território”

Rádio Geice

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O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, realçou a “absoluta determinação” de reafirmar a maritimidade como a “força do território”.

No arranque da conferência “Cidades Portuárias e a Economia Azul”, que aconteceu, esta quarta-feira, no Teatro Municipal Sá de Miranda, o autarca indicou que, no concelho vianense, existe “uma enorme vontade de nos afirmarmos através do mar e da inovação, particularmente no domínio da energia, que é um dos grandes desafios da atualidade”.

No evento, organizado pela Câmara Municipal e pelo Centro de Excelência Jean Monnet – Europa Azul Sustentável – OCEANID +, da Universidade Nova de Lisboa, Luís Nobre garantiu que as infraestruturas portuárias “são um fator de diferenciação e de afirmação de qualquer território”, defendendo a aposta sólida no Porto de Viana enquanto fator de atratividade económica e empresarial.

Afirmou ainda que “temos de promover um ecossistema que proteja as atividades existentes e promova as novas atividades emergentes em torno da economia azul enquanto fator de afirmação de Viana do Castelo”.

A coordenadora da OCEANID + / Universidade Nova de Lisboa, Regina Salvador, também considerou que as cidades portuárias têm um papel fundamental na economia internacional, indicando que 90% do comércio mundial é já marítimo.

Explicou que as cidades portuárias “estão na vanguarda da inovação e acolhem clusters que atraem o investimento direto estrangeiro”, realçando o facto de os portos da União Europeia empregarem mais de 3 milhões de pessoas em 22 países estados-membro.

Já o Diretor da Unidade de Inovação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR NORTE), Ricardo Simões, indicou que o Norte representa 50% da produção das energias renováveis nacionais, o que coloca a região na frente da energia verde.

“Viana do Castelo tem tido um crescimento económico muito positivo, em 2024 teve mesmo o maior crescimento do Norte. (…) Viana do Castelo tem mesmo a meta de se tornar neutra em carbono, o que provavelmente já acontecerá na próxima década, o que tem não só a ver com as adaptações das empresas cá instaladas, mas também pelo investimento que tem sido feito nas energias renováveis”, afirmou Ricardo Simões.

A Diretora de Inovação e Estratégia de Negócios no Porto de Barcelona, Emma Cobos, abordou a Inovação e Economia Azul no Setor Portuário, indicando que Portugal “foi uma referência” e uma inspiração para Barcelona, por estar na vanguarda da economia azul.

“Os portos estão a apostar na digitalização, na transição energética e inovação aberta como estratégia da revolução” declarou Emma Cobos, indicando que a inovação interna é fundamental para garantir a eficiência operacional, para promover a investigação e ganhar escala.

“Um porto não pode ser medido em toneladas, mas sim pelo peso que representa para a economia local, seja em termos de PIB ou de emprego”, vaticinou.

O evento incluiu ainda uma mesa redonda dedicada às Cidades Portuárias e à Economia Azul, com a presença do Presidente da APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, de João Neves, do Presidente da AEDVC – Associação Empresarial do Distrito de Viana do Castelo, Manuel Cunha Júnior, do Diretor Geral do SUSTEmare – Centro de Tecnologia e Inovação em Energias e Tecnologias Oceânicas, Jorge Delgado, do Presidente da DocaPesca – Portos e Lotas, Afonso Oliveira, do administrador da WestSEA – Viana Shipyard, Vítor Figueiredo, e do CBO do Feel Viana Sport Hotel, José Sampaio.

Miguel Marques, especialista em Economia Azul, moderou a mesa redonda e iniciou o debate indicando que “o que une Viana do Castelo e Barcelona é o mar e o facto de serem duas cidades que estão a Fazer pela economia azul”.

O Presidente da APDL, João Neves, indicou que a economia azul trouxe um novo conceito, já que antigamente os Portos tinham de olhar 180 graus, mas agora “têm de olhar a 360 graus, para o mar e para a terra”.

“Hoje em dia, a economia azul já não é só a pesca, o transporte marítimo, é também a biotecnologia marinha, as tecnologias em torno do mar, a energia das ondas, etc., e os portos tornaram-se, em si, também instrumentos para que toda esta inovação e economia se possa desenvolver”, frisou João Neves.

O administrador da WestSEA – Viana Shipyard, Vítor Figueiredo, destacou o investimento numa nova doca seca como sendo “estruturante, como não se fazia em Portugal há muitos anos”. Recorde-se que este é um investimento de mais de 24 milhões de euros, para incrementar a reparação naval e que permitirá captar navios de maior dimensão. A intervenção irá transformar a doca atual em doca seca, permitindo receber navios com 200 metros de comprimento, maior boca e calado. A nova doca seca, com 220 metros de comprimento e 45 metros de largura, ficará localizada na antiga rampa de lançamento do estaleiro, alinhada ao cais do Bugio, e vai permitir à empresa ganhos de capacidade para receber navios de maior dimensão e chegar a novos mercados no panorama internacional.

José Sampaio, CBO do Feel Viana Sport Hotel, representou o eixo do turismo náutico, que tem sido promovido com o apoio do Município. Recordou que o Feel Viana é um projeto com 18 anos, que surgiu em 2007, com enfoque no turismo náutico.

“Conseguimos concretizar o projeto, apesar de termos tido alguma contestação inicial, como sempre acontece quando se fazem coisas novas. Hoje em dia, este é um projeto bastante sólido. Atualmente, podemos até dizer que o nosso desafio já não é colocar Viana do Castelo do mapa, mas sim saber como podemos crescer da melhor forma, para conseguirmos dar resposta a todas as solicitações”, declarou.

Já o Diretor Geral do SUSTEMARE, Jorge Delgado, indicou que “o mar surge como essencial, está à nossa frente como uma oportunidade de transição energética ligada às offshore que temos de aproveitar”.

Desenvolvido pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo, em parceria com outras entidades do sistema científico nacional, empresas, poder local e associações empresariais, o SUSTEMARE – Centro de Tecnologia e Inovação em Energias e Tecnologias Oceânicas visa responder aos grandes desafios do oceano com soluções sustentáveis, ciência, tecnologia de ponta e ligação direta ao tecido empresarial.

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