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21 Abr 2022

Empresas do Norte são as mais penalizadas com problemas da cadeia logística

Pedro Xavier

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As empresas do Norte são "as mais penalizadas" com as disrupções da cadeia logística mundial, considerou o presidente da Associação dos Transitários de Portugal (APAT), António Nabo Martins.

“Há que dizer que as empresas mais penalizadas até são as do Norte, porque é no Norte que nós temos empresas mais exportadoras”, disse à Lusa o responsável da APAT, que falava no final do seminário “Padrão Tecnológico para a Logística da Eurorregião” Galiza – Norte de Portugal, que decorreu no porto de Leixões, em Matosinhos, no distrito do Porto.

Recordando que as disrupções logísticas até começaram com dificuldades nas importações, o que reduziu o número de contentores disponíveis na região para exportar, aumentando consequentemente os preços devido à maior procura, António Nabo Martins acabou por centrar as suas respostas à Lusa na questão das acessibilidades de que o tecido empresarial nortenho dispõe.

“As acessibilidades que as empresas do Norte acabam por ir ter aos grandes polos de carga ou descarga também não são as melhores”, considerou, elencando como exemplos a distância das empresas em relação às autoestradas.

Segundo o dirigente associativo, o Norte tem “uma boa rede de autoestradas, mas muitas dessas empresas ainda não estão situadas junto às autoestradas”, pois “estão situadas em concelhos que são imensos, com mais interioridade, e isso tem um custo acrescido ao chegarem à autoestrada e ao chegarem ao porto ou ao aeroporto”.

“Por outro lado, a ferrovia no Norte apresenta ainda limitações muito grandes, de há muitos anos. Tem tido um bom desenvolvimento a nível de passageiros, mas de mercadorias nem tanto”, apontou ainda.

António Nabo Martins deu como exemplo a recente eletrificação na linha do Minho, que “permite fazer algumas mercadorias, mas essencialmente são mercadorias que atravessam a fronteira, e se formos ver entre Leixões e Valença/Vigo, eu diria que não há um único local onde se possa carregar um comboio, nem sequer no porto de Viana [do Castelo], infelizmente”.

“Há eventualmente, na zona de Darque, uma plataforma, mas é muito exígua mas não tem relevância nesta área do setor ferroviário”, disse.

Para o responsável, “são estas questões todas que as empresas do Norte, que depois também não têm uma grande dimensão para exportar grandes volumes e grandes cargas, e têm uma exportação sempre com números mais baixos” acabam por enfrentar, “o que as obriga a fazer um grande exercício logístico para conseguirem exportar a preços muito competitivos”.

Nabo Martins observou também que a possível reabertura da linha do Douro na sua totalidade, com o respetivo acesso a Espanha, “significaria uma boa solução para a área das mercadorias”.

“Se traçarmos uma linha reta entre o Porto e Barca D’Alva, ou sairmos por Vilar Formoso, percebemos que temos de fazer não sei quantos quilómetros a mais” na segunda opção, apontou.

Assim, o responsável defendeu que “públicos e privados” deveriam “definir aquilo que deveria ser uma rede de plataformas rodoferroviárias” em território nacional, para possibilitar a retirada de carga de camiões para comboios.

“O comboio não deixa de ser, e toda a gente sabe, o meio terrestre mais sustentável do ponto de vista ambiental. Devíamos fazer um esforço nesse sentido”, advogou.

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